Argentina condena envolvidos na Operação Condor (Veja aqui a sentença)
Tribunal de Buenos Aires condenou o último presidente do regime ditatorial do país, Reynaldo Bignone, a 20 anos de prisão por crimes de lesa-humanidade
A Justiça argentina declarou culpados, nesta sexta-feira (27/05), 17 oficiais por participação na Operação Condor, cooperação entre regimes autoritários da América do Sul entre as décadas de 1970 e 1980 para combate à “subversão” nos países.
Agência Efe
Julgamento histórico condenou oficiais envolvidos na Operação Condor durante as décadas de 1970 e 1980 na América do Sul
O tribunal de Buenos Aires condenou o último presidente do período ditatorial do país, Reynaldo Bignone (1982-1983), a 20 anos de prisão por crimes de lesa-humanidade. Atualmente, o ex-mandatário de 88 anos cumpre pena em uma penitenciária.
Além dele, outros 16 militares - 15 argentinos e um uruguaio - foram condenados por sequestro, tortura e desaparecimento forçados e receberam penas que variam de 12 a 25 anos de prisão. Destes, sete oficiais, incluindo o ex-ditador Jorge Videla, morreram durante o processo.
Cerca de 220 testemunhas foram ouvidas durante os três anos de audiências, das quais 133 participaram a partir do exterior, por meio de videoconferências.
Do total de 105 vítimas da Operação Condor que integram esse processo, iniciado há 17 anos, há 45 uruguaios, 22 chilenos, 15 paraguaios, 13 bolivianos e 10 argentinos.
A Operação Condor foi uma rede de repressão política e troca de prisioneiros formada pelos serviços de inteligência das ditaduras do Cone Sul (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai), que agiu entre as décadas de 1970 e 1980.
Em entrevista à Agência Brasil, a advogada do Cels (Centro de Estudos Legais e Sociais) da Argentina, Luz Palmas Zaldua, afirmou que “o julgamento é histórico” por causa de seu alcance regional. “É a primeira vez que julgamos um sistema criminal, armado para fazer desaparecer pessoas, em vários países”.
(Com Opera Mundi)
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