Liberdade para Oscar Rivera

                                                                                                                                                Efe
Milhares de pessoas saíram às ruas neste domingo (29/05) em San Juan, em Porto Rico, para protestar contra a prisão de Oscar López Rivera, quando completam 35 anos do seu encarceramento 

Oscar López Rivera, de 73 anos, foi condenado em 1981 por acusações de 'conspiração' e vínculos com extinto grupo independentista

Organizada pelo Comitê Pró-direitos Humanos de Porto Rico e pelo grupo 33 em 33xOscar, a marcha saiu dos arredores do Centro de Convenções da capital porto-riquenha e terminou na Praça da Barandilla, onde houve um ato político-cultural.

Durante o percurso, os manifestantes cantaram e seguraram cartazes com os dizeres “Caminhamos por Oscar, exemplo de dignidade”, “Liberdade para Oscar” e “Oscar nos inspira para lutar”.

A Prensa Latina, o porta-voz do Comitê Pró Direitos Humanos de Porto Rico, Eduardo Villanueva Muñoz, disse que o objetivo da marcha é pedir a soltura de Rivera, e não sua liberdade, "porque não se pode libertar a um homem livre, comprometido com a independência e a soberania de sua pátria".

Rivera, de 73 anos, foi preso aos 38 anos em Chicago, acusado de “conspiração sediciosa” contra os Estados Unidos na ilha e por vínculos com o extinto grupo independentista FALN (Forças Armadas de Libertação Nacional). Em 1981, foi condenado a 55 anos de detenção e, em 1991, sentenciado a mais 15 por uma tentativa de fuga.

A advogada do ativista, Jan Susler, diz que Rivera e outros militantes sociais “foram presos durante décadas por terem a valentia de resistir ao colonialismo, algo considerado crime contra a humanidade pelo direito internacional”, disse à agência Efe.

"Trinta e cinco anos de encarceramento é mais tempo que o que passou encarcerado Nelson Mandela na África do Sul [cuja prisão durou 27 anos] ", declarou à Prensa Latina a ex-secretária do Governo de Porto Rico Ingrid Vila Biaggi.

Na quinta-feira (26/04), quatro congressistas porto-riquenhos do Congresso norte-americano solicitaram uma audiência com o presidente Barack Obama para discutir a “liberação imediata” de Rivera. A reivindicação é que o mandatário autorize o indulto ao ativista antes do final de seu mandato no final deste ano.

Presente na manifestação, a filha de López, Clarisa, disse à Efe acreditar que Obama concederá o indulto a seu pai e que “a cada dia são mais vozes” que exigem sua libertação. “Nas mãos do meu pai não há sangue”, acrescentou.

Não à junta

A marcha deste domingo também foi um protesto contra a Junta de Controle Fiscal que Washington pretende impor contra Porto Rico, que movimentos sociais classificam como uma “tomada de controle colonial” dos Estados Unidos sobre o território da América Central.

A proposta da Junta tramita atualmente no Congresso de Porto Rico, que enfrenta uma grave recessão há mais de uma década.

Em maio, o governador Alejandro García Padilla anunciou que Porto Rico não iria pagar os US$ 422 milhões de sua dívida, na primeira inadimplência em massa na história porto-riquenha, devido à asfixia pela falta de liquidez e uma crise que já dura uma década.

(Com Opera Mundi)

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