Diretora do Sindicato dos Jornalistas é presa quando cobria reintegração de posse
A repórter da Rádio Inconfidência e uma das diretoras do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais (SJPMG) Verônica Pimenta foi presa e encaminhada para a Delegacia Civil na manhã de segunda-feira (20/06). Ela cobria a reintegração de posse nas Ocupações Maria Vitória e Maria Guerreira, localizada no bairro Copacabana, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte.
Segundo a Polícia Militar, ela foi autuada por desobediência e por não ter se identificado. “Em gestão de eventos de crise como esse, nós estabelecemos perímetros de segurança e só ficam dentro dele quem está diretamente envolvido no fato.
Isso é feito até para a segurança da imprensa. Ela se recusou a obedecer esse perímetro e a se identificar e por isso precisou ser presa”, afirmou o capitão Flávio Santiago, chefe da assessoria de imprensa da Polícia Militar. Ainda segundo ele, a reintegração está sendo feita de forma pacífica e a repórter foi para a delegacia no carro da Inconfidência.
O presidente do sindicato Kerison Lopes considera que a prisão foi feita de forma arbitrária. “A repórter estava no meio da entrevista quando foi definido o perímetro de segurança e ela queria terminas, mas os policiais começaram a pedir para ela sair, impedindo o trabalho dela. Ela estava devidamente identificada com microfone e crachá da rádio”, argumentou.
O Portal R7 informou que enquanto a repórter negociava com um policial militar, outro PM imediatamente retirou o cabo do microfone.
Ainda segundo Lopes, o advogado do sindicato está acompanhando o depoimento. A rádio Inconfidência também esteve na delegacia. “Estamos acompanhando os casos, essa não é a primeira vez que a polícia impede os jornalistas de trabalharem e isso é muito grave, vamos ficar atentos a esses acontecimentos e se for preciso acionaremos a Justiça”, disse o presidente do sindicato.
A assessoria de imprensa da Polícia Civil afirmou que Verônica assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), prestou depoimento e foi liberada. O TCO é utilizado em crimes de menor potencial ofensivo e agora ela deve ser ouvida em audiência judicial.
A Polícia Civil afirmou que os militares envolvidos na ocorrência também foram ouvidos. Eles registraram Boletim de Ocorrência por desobediência e incitação da população contra os policiais. Porém como nenhum popular foi preso, a Polícia Civil só acatou a desobediência.
Um vídeo publicado no Facebook pelo Sindicato mostra o momento em que a repórter é levada pelos policias, sob o protesto de pessoas que estavam no local. “Liberdade para a imprensa”, gritavam, enquanto a defendiam. No registro, também é possível ouvir parte do diálogo entre Verônica e um dos PMs.
(Com a ABI)
Comentários