Os enormes desafios da classe trabalhadora em 2011
Esperamos que este ano as mobilizações
de massa e as grandes jornadas unitárias
da classe trabalhadora sejam retomadas
07/01/2011
Editorial do Brasil de Fato
Estamos iniciando mais um ano. E 2011 promete muitas surpresas e a necessidade da classe trabalhadora brasileira voltar a se mobilizar e participar ativamente da vida política do país.
O governo Dilma, pela montagem do Ministério e alianças partidárias, tentará ser uma continuidade mais avançada do governo Lula. Porém, a burguesia brasileira estará mais ativa e promete manter uma ofensiva política, sobretudo através de seus meios de comunicação de massa e do Poder Judiciário, para impedir quaisquer mudanças estruturais a favor do povo.
Assim, certamente teremos muitos e novos desdobramentos na dinâmica da luta de classes no Brasil, durante todo o ano.
1. Há no horizonte internacional um temporal não desaluviado da ameaça do recrudescimento da crise capitalista, que pode trazer enormes consequências para a economia brasileira, ainda muito dependente do capital e do mercado internacional. Ou seja, a conjuntura internacional é de alerta e preocupação.
2. Há diversos temas do calendário político e legislativo que marcarão a agenda da luta de classes, como, por exemplo, a redução da jornada de trabalho para 40 horas, o debate sobre a reforma tributaria e retomada da CPMF e o debate sobre a necessária reforma política, pois as eleições se transformaram em meros joguetes de marqueteiros e financiadores privados de campanhas.
Os projetos relacionados com a forma de exploração e a distribuição das riquezas do pré-sal voltarão ao debate. Pairam ameaças de retomada de leilões e outras falcatruas para que as empresas petrolíferas internacionais tenham acesso ao nosso petróleo.
Entrarão em debate também os problemas estruturais da classe trabalhadora, como a educação – seja o combate ao analfabetismo, seja a universalização do acesso dos jovens à universidade. Também estará posto o tema das condições de vida nas grandes cidades. O Minha Casa Minha Vida se transformou num grande programa de especulação imobiliária das empresas. E o preço dos terrenos e dos alugueis dispararam. É necessário um grande debate em toda sociedade, para sabermos como resolver, de fato, o déficit de 10 milhões de moradias necessárias.
Sabemos que esses problemas da classe trabalhadora – educação, moradia e melhorias do salário mínimo – não se resolvem sem enfrentar o superávit primário e os volumosos recursos públicos desviados do tesouro nacional para pagar apenas os juros de uma dívida pública interna inexplicável, que toma dinheiro de 192 milhões de brasileiros e os destina, via Estado, para apenas 20 mil proprietários dos títulos.
Também está colocado, sobretudo nas grandes cidades, o tema do transporte coletivo e público. A prioridade do transporte individual – com financiamentos generosos, grandes lucros das empresas transnacionais, montadoras dos veículos e as verbas publicitárias que inundaram a televisão – transformaram o automóvel no centro do mundo. E a vida da população, num inferno, em que a maioria gasta horas, todos os dias, para chegar ao trabalho. Isso se não chover ou se não houver nenhum acidente de trânsito.
Portanto, o cenário é de muita disputa.
3. No meio rural a luta de classes também sinaliza para um aumento do enfrentamento entre dois projetos. De um lado, o agronegócio, cada vez mais dominado pelos capitalistas internacionais, com seus bancos e empresas. E de outro lado, os camponeses e a sociedade brasileira em geral. A agressão ao meio ambiente realizada diariamente por esse modelo predador, as mudanças exigidas pelo capital no Código Florestal e a tentativa de impor a tecnologia terminator, para esterilizar as sementes vendidas pelas transnacionais (conforme projeto de lei do deputado Vacarezza, aquele mesmo que gastou R$ 4 milhões na sua campanha e defendeu a flexibilização da CLT), são alguns pontos da pauta das elites.
Estará em curso durante o ano uma campanha nacional de conscientização da população sobre os malefícios dos agrotóxicos nos nossos alimentos. A campanha da fraternidade das igrejas cristãs, conscientizarão sobre a importância de proteger o meio ambiente e a irresponsabilidade do capital predador. E teremos ainda uma grande consulta mundial, liderada pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, para denunciar as agressões que o grande capital faz colocando em risco a vida do planeta.
4. Está posto também no Brasil, em termos de disputa política, o processo em curso de desnacionalização da propriedade da terra. Milhares de hectares vêm sendo comprados diretamente por empresas transnacionais, nas regiões da Amazônia, nas regiões do etanol e do Cerrado. Outros milhares de hectares são comprados por fundos de investimentos de origem externa de difícil controle. Portanto, será necessário travar uma luta de massas, para impedir essa sanha que afeta a soberania nacional brasileira.
Todos esses temas, projetos e direitos que estarão em jogo dependerão de uma ampla mobilização da classe trabalhadora, ainda dormente. Precisamos motivar a que os movimentos sociais recuperem seu papel conscientizador, organizador e mobilizador da classe, na luta por seus direitos e interesses.
Esperamos que este ano as mobilizações de massa e as grandes jornadas unitárias da classe trabalhadora sejam retomadas.
07/01/2011
Editorial do Brasil de Fato
Estamos iniciando mais um ano. E 2011 promete muitas surpresas e a necessidade da classe trabalhadora brasileira voltar a se mobilizar e participar ativamente da vida política do país.
O governo Dilma, pela montagem do Ministério e alianças partidárias, tentará ser uma continuidade mais avançada do governo Lula. Porém, a burguesia brasileira estará mais ativa e promete manter uma ofensiva política, sobretudo através de seus meios de comunicação de massa e do Poder Judiciário, para impedir quaisquer mudanças estruturais a favor do povo.
Assim, certamente teremos muitos e novos desdobramentos na dinâmica da luta de classes no Brasil, durante todo o ano.
1. Há no horizonte internacional um temporal não desaluviado da ameaça do recrudescimento da crise capitalista, que pode trazer enormes consequências para a economia brasileira, ainda muito dependente do capital e do mercado internacional. Ou seja, a conjuntura internacional é de alerta e preocupação.
2. Há diversos temas do calendário político e legislativo que marcarão a agenda da luta de classes, como, por exemplo, a redução da jornada de trabalho para 40 horas, o debate sobre a reforma tributaria e retomada da CPMF e o debate sobre a necessária reforma política, pois as eleições se transformaram em meros joguetes de marqueteiros e financiadores privados de campanhas.
Os projetos relacionados com a forma de exploração e a distribuição das riquezas do pré-sal voltarão ao debate. Pairam ameaças de retomada de leilões e outras falcatruas para que as empresas petrolíferas internacionais tenham acesso ao nosso petróleo.
Entrarão em debate também os problemas estruturais da classe trabalhadora, como a educação – seja o combate ao analfabetismo, seja a universalização do acesso dos jovens à universidade. Também estará posto o tema das condições de vida nas grandes cidades. O Minha Casa Minha Vida se transformou num grande programa de especulação imobiliária das empresas. E o preço dos terrenos e dos alugueis dispararam. É necessário um grande debate em toda sociedade, para sabermos como resolver, de fato, o déficit de 10 milhões de moradias necessárias.
Sabemos que esses problemas da classe trabalhadora – educação, moradia e melhorias do salário mínimo – não se resolvem sem enfrentar o superávit primário e os volumosos recursos públicos desviados do tesouro nacional para pagar apenas os juros de uma dívida pública interna inexplicável, que toma dinheiro de 192 milhões de brasileiros e os destina, via Estado, para apenas 20 mil proprietários dos títulos.
Também está colocado, sobretudo nas grandes cidades, o tema do transporte coletivo e público. A prioridade do transporte individual – com financiamentos generosos, grandes lucros das empresas transnacionais, montadoras dos veículos e as verbas publicitárias que inundaram a televisão – transformaram o automóvel no centro do mundo. E a vida da população, num inferno, em que a maioria gasta horas, todos os dias, para chegar ao trabalho. Isso se não chover ou se não houver nenhum acidente de trânsito.
Portanto, o cenário é de muita disputa.
3. No meio rural a luta de classes também sinaliza para um aumento do enfrentamento entre dois projetos. De um lado, o agronegócio, cada vez mais dominado pelos capitalistas internacionais, com seus bancos e empresas. E de outro lado, os camponeses e a sociedade brasileira em geral. A agressão ao meio ambiente realizada diariamente por esse modelo predador, as mudanças exigidas pelo capital no Código Florestal e a tentativa de impor a tecnologia terminator, para esterilizar as sementes vendidas pelas transnacionais (conforme projeto de lei do deputado Vacarezza, aquele mesmo que gastou R$ 4 milhões na sua campanha e defendeu a flexibilização da CLT), são alguns pontos da pauta das elites.
Estará em curso durante o ano uma campanha nacional de conscientização da população sobre os malefícios dos agrotóxicos nos nossos alimentos. A campanha da fraternidade das igrejas cristãs, conscientizarão sobre a importância de proteger o meio ambiente e a irresponsabilidade do capital predador. E teremos ainda uma grande consulta mundial, liderada pelo presidente da Bolívia, Evo Morales, para denunciar as agressões que o grande capital faz colocando em risco a vida do planeta.
4. Está posto também no Brasil, em termos de disputa política, o processo em curso de desnacionalização da propriedade da terra. Milhares de hectares vêm sendo comprados diretamente por empresas transnacionais, nas regiões da Amazônia, nas regiões do etanol e do Cerrado. Outros milhares de hectares são comprados por fundos de investimentos de origem externa de difícil controle. Portanto, será necessário travar uma luta de massas, para impedir essa sanha que afeta a soberania nacional brasileira.
Todos esses temas, projetos e direitos que estarão em jogo dependerão de uma ampla mobilização da classe trabalhadora, ainda dormente. Precisamos motivar a que os movimentos sociais recuperem seu papel conscientizador, organizador e mobilizador da classe, na luta por seus direitos e interesses.
Esperamos que este ano as mobilizações de massa e as grandes jornadas unitárias da classe trabalhadora sejam retomadas.
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