Maior mineradora do mundo concorre ao prêmio de maior inimiga da Humanidade
Antonio Carlos Lacerda (*)
SÃO PAULO/BRASIL - A mineradora brasileira Vale é uma das seis finalistas do "Public Eye Awards", nomeação internacional que lista as empresas que mais causaram problemas sociais e ambientais no mundo. O "prêmio" é organizado pela Berne Declaration (Declaração de Berna) e pelo Greenpeace desde 2000.
A empresa com mais votos será anunciada durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que ocorre entre os dias 25 e 29 deste mês de janeiro.
As outras candidatas são a mineradora americana Freeport, a sul-coreana de eletrônicos Samsung, a japonesa de energia Tepco (Tokyo Electric Power Company), o banco britânico Barclays e a empresa suíça no setor de agronegócios Syngenta.
A indicação da Vale para o prêmio foi feita pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale (International Network of People Affected by Vale), por meio da organização brasileira Rede Justiça nos Trilhos, sediada no Estado do Maranhão, Norte do Brasil, em parceria com as ONGs internacionais Amazon Watch e International Rivers.
A justificativa é "inúmeros impactos ambientais, sociais e trabalhistas causados na última década pelas atividades da corporação no Brasil e no
mundo". A empresa com mais votos será anunciada durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, que ocorre entre os dias 25 e 29 deste mês de janeiro.
As outras candidatas são a mineradora americana Freeport, a sul-coreana de eletrônicos Samsung, a japonesa de energia Tepco (Tokyo Electric Power Company), o banco britânico Barclays e a empresa suíça no setor de agronegócios Syngenta.
A indicação da Vale para o prêmio foi feita pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale (International Network of People Affected by Vale), por meio da organização brasileira Rede Justiça nos Trilhos, sediada no Estado do Maranhão, Norte do Brasil, em parceria com as ONGs internacionais Amazon Watch e International Rivers.
A justificativa é "inúmeros impactos ambientais, sociais e trabalhistas causados na última década pelas atividades da corporação no Brasil e no
Além disso, a entrada da empresa no Consórcio Norte Energia S.A., empreendimento responsável pela construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, no Estado do Pará, Norte do Brasil, foi considerado o fator determinante para a sua inclusão na lista das seis finalistas.
"Os problemas da Vale têm ficado cada vez mais expostos nos últimos anos, principalmente com a formação de uma rede internacional de atingidos pela companhia. Essas pessoas têm mostrado situações que a empresa prefere não falar sobre, como os danos que serão causados por Belo Monte", afirma Danilo Chammas, assessor jurídico da Justiça nos Trilhos.
A empresa anunciou em abril do ano passado a aquisição de até 9% do capital da Norte Energia S.A. A companhia informou na época que "investe em ativos de geração de acordo com suas necessidades de consumo, buscando reduzir custos operacionais de forma permanente e minimizar riscos de preços e disponibilidade de oferta".
De acordo com a Rede Justiça nos Trilhos, é a primeira vez que uma empresa brasileira concorre ao prêmio. Procurada, a empresa não quis se pronunciar. A votação do "Public Eye Awards 2012" é feita no site do prêmio e vai até o dia 26 deste mês de janeiro.
Em 2010, a companhia belga-francesa GDF Suez, que participa da construção da usina Jirau, no rio Madeira, em Rôndonia, na Amazônia - considerada o pulmão do mundo -, no extremo Norte do Brasil, foi indicada ao prêmio. Na justificativa para a nomeação, a comissão citou que o projeto causará problemas devastadores.
"Diversos milhares de indígenas moradores da região serão retirados a força de suas casas e extensas áreas de florestas serão devastadas". Acrescenta ainda que o rio e as áreas desenvolvidas serão envenenados com mercúrio. "A perda de espécies de peixes e o aumento da ocorrência da malária são quase garantidos".
(*) ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU
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