Subcomandante Marcos qualifica "Fome Zero" de Peña Nieto como esmola

                                                               


Presidente mexicano e outros governantes do país são chamados de "Ali Babá e seus 40 ladrões" pelo EZLN


“Não encontramos palavras para expressar o que sentimos sobre a sua Cruzada Nacional contra a Fome, então vai sem palavras”. Assim começa o comunicado publicado pelo líder político e militar da EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional), Subcomandante Marcos, endereçado a “Ali Babá e seus 40 ladrões (governadores, chefe de governo e puxa-sacos)” – ou ao presidente do México, Enrique Peña Nieto, e outros governantes.

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Comunicado completo de Subcomandante Marcos, publicado na madrugada desta terça-feira (22/01)

A apresentação do programa contra a pobreza foi realizada nesta segunda-feira (21/01) por Nieto e a secretária de Desenvolvimento Social, Rosario Robles, em La Margaritas, estado de Chiapas. O programa tem o objetivo de retirar 7,4 milhões de mexicanos da extrema pobreza e da marginalização - classificados como "os mais pobres entre os mais pobres". Quatro quintos dos 400 municípios atendidos inicialmente se localizam em Oaxaca, Chiapas, Guerrero, Veracruz, Estado de México e Puebla.

No comunicado, o líder guerrilheiro disse que as “esmolas precisam ser doadas a outro lugar”. Também lembrou o programa "Solidaridad", que o ex-presidente Carlos Salinas Gortari encabeçou para acabar com a desigualdade em 1993 – mesmo ano quando, em igual visita a Las Margaritas, inaugurou hospital que nunca funcionou e que, um ano depois, se converteu em um dos mais importantes enclaves da EZLN contra o governo.

O programa inclui ações para proporcionar alimentação aos mais necessitados, eliminar a desnutrição infantil, aumentar a produção de pequenos e médios camponeses e alcançar uma maior inclusão social. Peña Nieto fez questão de destacar que a cruzada não se trata de uma medida assistencialista, mas contará com a responsabilidade conjunta de todos os órgãos governamentais e governos locais para fortalecer as capacidades produtivas da população.

“Não vamos apenas distribuir alimentos a quem precisa, mas promover uma mudança estrutural no combate à pobreza”, disse. Destacou também a participação da "energia comunitária e social" do México.

As comunidades autônomas zapatistas sempre se negaram a receber ajuda oficial e têm suas próprias escolas e clínicas de saúde. O objetivo da EZNL é "subverter a ordem para fazer a revolução socialista e criar uma sociedade mais justa" para os indígenas. (Com Opera Mundi)

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