No dia internacional da mulher, protesto denuncia Belo Monte por desagregação social



                                                                
Publicado em 08 de março de 2013 

Na manhã deste dia 8 de março, dia internacional das mulheres, cerca de 30 militantes fizeram uma série de protestos contra Belo Monte em Altamira, PA. As manifestações tiveram início por volta das 8h em frente à sede do Consórcio Norte Energia, responsável pela construção da usina. 

No local, as mulheres responsabilizaram Belo Monte e seus construtores por graves problemas que atingem as famílias mais pobres da cidade; em especial a disseminação das drogas e da violência sexual contra crianças e adolescentes.

 “As mães de Altamira e região estão perdendo seus filhos para a prostituição e para as drogas, porque esse projeto de Belo Monte não trouxe emprego como foi prometido, mas sim a violência”, afirmou Maria Dulce Gonçalves, uma das manifestantes.

Segundo Ana Barbosa, do Movimento Xingu Vivo Para Sempre, o governo é tão responsável pelos problemas quanto as empresas construtoras. “Altamira hoje é primeira página nos jornais nacionais e internacionais não pelas suas riquezas, e sim pelo tráfico humano financiado pela presidenta Dilma Rousseff”, desabafou.

Depois do ato em frente à Norte Energia, as mulheres foram até o centro de Altamira onde, amarradas umas às outras, pararam o transito por cerca de duas horas para exigir o julgamento das mais de 56 ações contra a hidrelétrica, que tramitam em várias instâncias do Judiciário. 

“Estamos exigindo do Supremo Tribunal Federal a paralisação de Belo Monte e o cumprimento das leis. O mais grave é que todos esses crimes de Belo Monte estão sendo cometidos com dinheiro do BNDES; ou seja; dinheiro público da nação brasileira. Nós não vamos aceitar isso. Nós vamos continuar denunciando. Nós não temos medo e vamos seguir resistindo doa a quem doer, queremos justiça já!” afirmou Antonia Melo, coordenadora do Movimento Xingu Vivo. 

CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Na próxima semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes deve cobrar o BNDES pela participação no financiamento de Belo Monte, principalmente em função do recente episódio de libertação de escravas sexuais – entre elas uma adolescente de 16 anos – em boate nas cercanias dos canteiros de obra da usina. O requerimento para a convocação de gestores do Banco foi aprovado na última terça, 5.

De acordo com o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA), o objetivo é exigir explicações sobre a aplicação de recursos públicos em um empreendimento com tamanhos problemas. “Belo Monte é uma tragédia anunciada. É preciso apurar as corresponsabilidades”, explica o deputado.

Segundo ele, representantes do BNDES, da Caixa Econômica e do Banco do Brasil deverão ser ouvidos na próxima semana. Jordy também informou que a CPI pedirá a suspensão de Belo Monte ao Tribunal Regional Federal em função dos graves impactos da obra. (Com o Movimento Xingu Vivo para Sempre)

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