Carta da ocupação: o massacre foi anunciado e só o governo pode evitar
“Nós ocupamos o canteiro de obras de Belo Monte. Nós estamos defendendo nossa terra. Uma terra muito antiga que sempre foi nossa. Uma parte vocês já tomaram. Outra vocês estão tentando tomar agora. Nós não vamos deixar.
Vocês vão entrar para matar. E nós vamos ficar para morrer. Nós não vamos sair sem sermos ouvidos.
O governo federal anunciou um massacre contra os povos indígenas, os 170 guerreiros, mulheres, crianças e lideranças e pajés que estão aqui. Esse massacre vai acontecer pelas mãos das polícias, da Funai e da Justiça.
Vocês já mataram em Teles Pires e vão matar de novo quando for preciso para vocês. Vocês mataram porque nós somos contra barragens. Nós sabemos do que vocês são capazes de fazer.
Agora quem pediu para nos matar foi a Norte Energia, que é do governo e de empresários. Ela pediu para o juíz federal, que autorizou a polícia a nos bater e matar se for preciso. A culpa é de todos vocês se algum de nós morrer.
Chega de violência. Parem de nos ameaçar. Nós queremos a nossa paz e vocês querem a sua guerra. Parem de mentir para a imprensa que estamos sequestrando trabalhadores e ônibus e causando transtornos. Está tudo tranquilo na ocupação, menos da parte da polícia mandada pela Justiça mandada pela Norte Energia mandada pelo governo. Vocês é que nos humilham e ameaçam e intimidam e gritam e assassinam quando não sabem o que fazer.
Nós exigimos a suspensão da reintegração de posse. Até dia 30 de maio de 2013, quinta-feira de manhã, o governo precisa vir aqui e nos ouvir. Vocês já sabem da nossa pauta. Nós exigimos a suspensão das obras e dos estudos de barragens em cima das nossas terras. E tirem a Força Nacional delas. As terras são nossas. Já perdemos terra o bastante.
Vocês querem nos ver amansados e quietos, obedecendo a sua civilização sem fazer barulho. Mas nesse caso, nós sabemos que vocês preferem nos ver mortos porque nós estamos fazendo barulho”.
Canteiro de obras de Belo Monte, Vitória do Xingu, Pará, 29 de maio de 2013"
Superintendente da PF diz ainda não ter recebido
pedido de apoio para desocupar Belo Monte
Encerrado o prazo para que os índios deixassem pacífica e voluntariamente o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, a Justiça ainda não solicitou à Polícia Federal (PF) apoio para desocupar o local. De acordo com pessoas ouvidas pela Agência Brasil, há, além de policiais federais, homens da Força Nacional, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar paraense monitorando a ocupação, que começou na madrugada dessa segunda-feira (27).
Segundo o superintendente da PF no Pará, delegado Valdson José Rabelo, os agentes federais que se encontram no Sítio Belo Monte, canteiro localizado a 55 quilômetros de Altamira (PA), estão lá para garantir a integridade física e a segurança dos oficiais de Justiça e de outros servidores públicos que estejam cumprindo suas funções.
Rabelo explicou que a ação policial depende da requisição do oficial de Justiça encarregado de cumprir a sentença do juiz federal Sérgio Wolney de Oliveira Guedes, da subseção judiciária de Altamira (PA). Ontem (28) a tarde, o magistrado concedeu um prazo de 24 horas para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a União convencessem os índios a saírem pacífica e voluntariamente do canteiro. Os índios, hoje (29), recorreram da decisão, mas o juiz manteve sua sentença inicial. O prazo terminou às 17h30.
“Não recebi [da delegacia da PF em Altamira] a informação de que o oficial de Justiça já tenha requisitado reforço policial para cumprir a reintegração de posse”, disse o superintendente à Agência Brasil. Rabelo garantiu que, por se tratar de uma ação que requer “certo cuidado”, assim que o oficial de Justiça pedir apoio policial à delegacia em Altamira, isso terá que ser comunicado à superintendência.
“Iremos avaliar a situação e decidir as ações que terão que ser executadas e a melhor forma de tentarmos cumprir a decisão judicial com o menor transtorno possível. O que esperamos é que não seja necessário o emprego da força, que, como na última ocupação, no início do mês, quando os índios deixaram o local pacificamente, haja bom senso e o grupo deixe o canteiro”, acrescentou o superintendente.(Com Xingu Vivo para Sempre e ABr)
pedido de apoio para desocupar Belo Monte
Encerrado o prazo para que os índios deixassem pacífica e voluntariamente o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, a Justiça ainda não solicitou à Polícia Federal (PF) apoio para desocupar o local. De acordo com pessoas ouvidas pela Agência Brasil, há, além de policiais federais, homens da Força Nacional, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Militar paraense monitorando a ocupação, que começou na madrugada dessa segunda-feira (27).
Segundo o superintendente da PF no Pará, delegado Valdson José Rabelo, os agentes federais que se encontram no Sítio Belo Monte, canteiro localizado a 55 quilômetros de Altamira (PA), estão lá para garantir a integridade física e a segurança dos oficiais de Justiça e de outros servidores públicos que estejam cumprindo suas funções.
Rabelo explicou que a ação policial depende da requisição do oficial de Justiça encarregado de cumprir a sentença do juiz federal Sérgio Wolney de Oliveira Guedes, da subseção judiciária de Altamira (PA). Ontem (28) a tarde, o magistrado concedeu um prazo de 24 horas para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a União convencessem os índios a saírem pacífica e voluntariamente do canteiro. Os índios, hoje (29), recorreram da decisão, mas o juiz manteve sua sentença inicial. O prazo terminou às 17h30.
“Não recebi [da delegacia da PF em Altamira] a informação de que o oficial de Justiça já tenha requisitado reforço policial para cumprir a reintegração de posse”, disse o superintendente à Agência Brasil. Rabelo garantiu que, por se tratar de uma ação que requer “certo cuidado”, assim que o oficial de Justiça pedir apoio policial à delegacia em Altamira, isso terá que ser comunicado à superintendência.
“Iremos avaliar a situação e decidir as ações que terão que ser executadas e a melhor forma de tentarmos cumprir a decisão judicial com o menor transtorno possível. O que esperamos é que não seja necessário o emprego da força, que, como na última ocupação, no início do mês, quando os índios deixaram o local pacificamente, haja bom senso e o grupo deixe o canteiro”, acrescentou o superintendente.(Com Xingu Vivo para Sempre e ABr)
Comentários