Ave Cuba!
José Carlos Alexandre
Gostaria de poder passar pelo menos mais um, dois dias em Havana, para sentir novamente a alegria do povo vivendo num país revolucionário.
Fí-lo de vezes anteriores, principalmente a última onde pude juntar-me às massas populares que celebravam em ruas e avenidas mais do que um simples carnaval, mas as conquistas de sua revolução vitoriosas às barbas do maior símbolo do imperialismo, poucas milhas em frente.
Em Havana você se sente livre como em nenhum outro país ao ver que na fila do cinema, do teatro ou da sorveteria está um ministro de Estado, lado a lado com um funcionário desta ou daquela tienda.
Ao entrar na barbearia do Habana Libre e l encontrar um alto dignatário do poder e a misturar-se com turistas de todas as partes do mundo num show de recepção numa das inúmeras casas de hospedagem habanera.
Beberiquei mojito na Bodeguita del Medio e deliciei-me com o daiquiri no La Floridita, provei o arroz mouro, fartei-me de pollo e tomei uisque com água de coco no Hotel Nacional.
Circulei pela Catedral de Havana e li coleções sem fim na Casa das Américas.Bebi cervejas que se tomam em qualquer país do mundo e provei do chope cubano servido em garrafas levadas de casa por carnavalescos alegres.
Julho, mês do Carnaval em Cuba, como passou rápido.
Toda sexta, sábado e domingo de folias sem conta junto ao Malecon, com barracas e mais barracas.
Vendendo pollo, maravilhas do artesanato caribenho e ouvindo salsas, misturadas a canções de Roberto Carlos...
Alegria que o calor jamais poderia espanta.
E chuva, um pouco de chuva misturada aos sorrisos sem conta de mulheres de arrancar admiração aos turistas europeus, estadunidenses que, à época um pouco clandestinos, se juntavam aos demais americanos.
Poucas horas me separavam do Aeroporto José Martí, subindo ao mirante, na esperança de ver ao longe as luzes excessivamente brilhantes de Miami.
Miami só conheci quando desci em seu aeroporto e dele me despedi um mês depois, após jornadas pelas Costas Leste e Oeste dos Estados Unidos.
Em busca do melhor lead para contar a história das eleições presidenciais que começam com prévias e mais prévias para a escolha do "imperador do mundo".
Um mundo que está se despedindo dos imperadores da "América", como os norte-americanos se referem ao seu país.
Graças, por exemplo, ao pequenino país caribenho ao qual um dia chegou Cristóvão Colombo: Cuba.
Cuba e sua revolução, indestrutível na crise dos mísseis, no assalto à Pria Girón, nas tentativas e mais tentativas, dizem que cerca de 400 (!) de morte a seu líder máximo, Fidel Castro.
Ave, Cuba.
Nós latino-americanos te saldamos...
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