Eleições cubanas, um sucesso à altura da história



                                                                                    
                                                                              Juvenal Balán/Divulgação

                                                                             No primeiro turno das eleições parciais para escolher os delegados (vereadores) às Assembleias Municipais do Poder Popular participaram 88,30% dos eleitores

OS cubanos protagonizaram, em 19 de abril, outro acontecimento digno de sua história. Mais de 7,5 milhões de cubanos (7.553.000) exerceram seu direito ao sufrágio, para reafirmar seu compromisso com o futuro de Cuba, o que representa 88,30% dos inscritos, em um dia de comemoração do 54º aniversário da vitória do povo sobre tropas mercenárias que invadiram Cuba pela Baía dos Porcos, em 1961, enviadas dos Estados Unidos.

Livia Rodriguez Delis | livia@granma.cu


De fatos, estes sufrágios tinham convocado os cubanos a tornar patente seu apoio à Revolução e aos novos programas que se executam na Ilha, com o fim de desenvolver de maneira mais eficiente a sociedade.

Em um encontro com a imprensa, a presidente da Comissão Eleitoral Nacional (CNE), Alina Balseiro, expressou que foi uma jornada árdua, com as urnas acompanhadas dos símbolos da Pátria e cuidadas por crianças pioneiras.

Como resultado preliminar, a funcionária explicou que a qualidade do voto se comportou de maneira satisfatória, pois houve 90% de votos válidos, a porcentagem de votos em branco foi de 4,54% e anulados 4,92%.

A presidente do CNE destacou que foram eleitos 11.425 delegados (vereadores) e que em 1.164 circunscrições deverá efetuar-se um segundo turno, no próximo domingo 26 de abril — processo para o qual já se efetuam os trabalhos correspondentes — pois nenhum dos candidatos dessa instância conseguiu mais de 50% dos votos.

Detalhou que do total dos delegados ou vereadores eleitos, cresceu a presença feminina, com 34,87% e o número de jovens, com 14,95%, bem como a porcentagem de delegados ratificados em seu cargo, que foi de 54,87%.

Alina Balseiro continuou destacando que 59,24% dos eleitos para ocupar cargos nas Assembleias ou governos Municipais do Poder Popular são militantes do Partido Comunista de Cuba, “o que demonstra que a integração política não é uma condição para ser eleito vereador”. Por seu lado, a porcentagem de militantes da União dos Jovens Comunistas eleitos é de só 6,75%.

Para a realização das eleições foram instalados mais de 24.600 colégios eleitorais, nos quais marcaram presença mais de 20 mil jovens, os quais atuaram como observadores, especialmente durante o momento da contagem pública dos votos, junto a moradores da comunidade, elementos das organizações de massa e todas aquelas pessoas que desejaram estar presente na hora do escrutínio.

A funcionária deu alguns outros detalhes interessantes acerca destas eleições cubanas, como a questão do voto, que é voluntário e secreto. “As autoridades eleitorais percorreram os colégios de forma a garantir a transparência e legalidade do processo e para isso contaram com todos os recursos possíveis”.

Apesar das medidas organizativas prévias, a presidente do CEN mencionou algumas dificuldades que se apresentaram, como cortes de eletricidade em vários colégios e chuvas intensas em determinadas zonas da região central do país, as quais, apesar disso, não puderam impedir o curso normal da jornada.

Dentro das particularidades que caracterizaram estas eleições destaque para a situação criada pelas novas regulamentações migratórias, por causa das quais milhares de pessoas se encontram de visita temporária no exterior e seus nomes aparecem nos registros eleitorais, o qual teve certa incidência na porcentagem de assistência às urnas.

A funcionária fez um reconto de todo o processo prévio, que culminou nas eleições, a partir da convocatória, feita em 5 de janeiro, pelo Conselho de Estado, para escolher os delegados a ser eleitos para as Assembleias ou Governos Municipais do Poder Popular, cujo ponto principal foi a indicação dos candidatos por parte do povo.

UM VOTO PELO FUTURO

Após votar e exercer seu direito ao sufrágio, o primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, disse que era uma responsabilidade eleger o mais capaz, para que ele possa conduzir o trabalho em uma comunidade.

Argumentou que é um direito dos cidadãos, mas também um dever e uma responsabilidade, nesta época em que os cubanos estão vivendo momentos muito significativos e simbólicos da Revolução, que são momentos de vitória.

Por outro lado, em declarações à imprensa, o presidente da Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP) (Parlamento), Esteban Lazo Hernández, explicou que dentro do sistema político da Ilha maior das Antilhas, o delegado (vereador) é o elo principal, qualificando-o como um elemento decisivo em todos os avanços que estão tendo lugar.

“As eleições de hoje têm um caráter muito importante (...) efetuam-se em um momento muito particular de nossa Pátria, é preciso ver isso vinculado a tudo aquilo que estamos fazendo na atualização do modelo econômico e na reestruturação do país”.

“O delegado ou vereador é muito mais do que resolver um problema, isso ainda está dentro de suas funções, mas ele representa a máxima autoridade de nosso sistema político, que é a autoridade na base, na circunscrição (...)”.

O presidente da Assembleia Nacional pôs em destaque que o processo se realiza em meio de mudanças, como a experiência que está sendo implementada nas províncias de Artemisa e Mayabeque, a qual procura separar as funções da Assembleia da dos Conselhos da Administração.

Depois de mais de 16 anos de injusta prisão, por lutarem contra o terrorismo, pela primeira vez tornaram efetivo seu direito a votar os Cinco Heróis da República de Cuba, Antonio Guerrero, René González, Gerardo Hernández, Ramón Labañino e Fernando González.

Antonio Guerrero expressou que as eleições cubanas eram uma das atividades mais belas e importantes que ele já realizou, porque — arguiu — se trata de demonstrar o amor à Revolução, de demonstrar a unidade de nosso povo e o apoio ao nosso sistema eleitoral democrático.

“Retornar a este espírito eleitoral — em um dia como hoje, quando teve lugar a vitória em Baía dos Porcos — e percebendo o entusiasmo e a organização que hás em cada um dos colégios, isso nos dá muita alegria e a certeza de que esta será outra vitória de nosso povo”, afirmou Guerrero.

“O povo cubano está consciente do que representa exercer seu voto. Tenho certeza de que haverá uma resposta positiva e de que demonstraremos, mais uma vez ao mundo, por quê a Revolução existe, após mais de 56 anos de agressões”.

Empolgado, Ramón Labañino confessou: “Esta é a primeira vez que os Cinco votamos... Depois de tantas coisas que aconteceram em nossa história, tivemos a oportunidade de exercer uma das coisas mais bonitas que tem nosso sistema, que é a democracia revolucionária, a democracia socialista e (...) podemos desfrutar o que é o voto democrático real, onde se escolhem os candidatos em cada bairro e não existe o dinheiro, não existe a propaganda imperialista, não existe nada disso e, portanto, é um momento muito bonito que desfrutamos com todo nosso povo”.

Após destacar o processo democrático cubano, Gerardo Hernández referiu-se à vitória obtida recentemente no Panamá, “onde ficou demonstrado, mais uma vez, que nós estamos do lado correto da história, pois é o inimigo que começa a retificar. Nós não temos mudado nada, estamos defendendo os mesmos princípios que em 1959, mantemos as mesmas ideias da época em que começaram a tentar isolar Cuba. Já estamos de volta na comunidade e isso deixa bem claro quem estava enganado”.

Quanto aos projetos de trabalho para o futuro, Gerardo afirmou à imprensa que “nossa missão sempre será servir ao povo de Cuba, no lugar que seja necessário. Somos soldados e estamos esperando a próxima ordem. Neste momento, estamos fazendo algumas visitas para agradecer, de algum modo, tanto carinho recebido durante os anos de encerro”.

Entretanto, René González manifestou sua intensa alegria depois de 25 anos sem ter votado em cuba e significou que o processo eleitoral na Ilha é caracterizado porque o povo propõe e elege os melhores para exercer o governo.

E é que não houve melhor homenagem a uma data tão importante para Cuba que a participação em massa nas urnas, pois nestas eleições o povo participou em defesa do futuro da Pátria.(Com o Granma)

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