Mobilizações de trabalhadores sacudiram o Brasil sexta-feira
Foto: manifestação dos professores do Paraná (Joka Madruga/ App Sindicato)
O Brasil passou o dia com a classe trabalhadora nas ruas, reivindicando o que é seu por todo o país. Sexta-feira (29), Dia Nacional de Paralisação e Manifestações, todos os 26 estados e o Distrito Federal receberam uma prova de mobilização dos trabalhadores e trabalhadoras
Centenas de milhares de sindicalistas e manifestantes tomaram conta das ruas e avenidas das principais cidades. Pontes, viadutos, prédios e instalações foram ocupadas. Braços foram cruzados e palavras de ordem foram bradadas.
Em São Paulo, principal metrópole do país, desde o começo da manhã houve protestos em diferentes regiões, desde o centro até as cidades da região metropolitana, litoral e interior. Rodoviários, químicos, professores, metalúrgicos, petroleiros, bancários, sem teto, entre outros, mobilizaram-se principalmente contra o PL 4330, das terceirizações, as MP's 664 e 664, que cortam direitos trabalhistas, o fator previdênciário e por direitos sociais, mesmas pautas de outros estados. Funcionários, professores e estudantes da USP sofreram brutais agressões da PM durante ato próxima à universidade.
No Rio de Janeiro, portuários paralisaram suas atividades durante boa parte do dia. Houve protestos também no centro da cidade. Na cidade de Niterói, militantes do MTST ocuparam a superintendência da Caixa Econômica Federal para exigir o lançamento do programa de moradias Minha Casa, Minha Vida 3.
Como parte do dia das paralisações e contrários à mudanças na Previdência, os professores e funcionários da rede pública estadual de ensino do Paraná marcharam pelas ruas de Curitiba, um mês depois que mais de 200 cidadãos foram brutalmente reprimidos pelas forças de segurança do regime do governador Beto Richa (PSDB). A categoria está em greve há mais de um mês.
No Ceará, rodoviários paralisaram suas atividades. Militantes do MST organizaram um protesto e professores e funcionários da UFC (Universidade Federal do Ceará) também paralisaram, em Fortaleza.
Metroviários, rodoviários, metalúrgicos, bancários, estudantes e professores de escolas e universidades públicas e privadas também realizaram paralisação e protestos no Rio Grande do Sul, especialmente na capital, Porto Alegre.
Em Goiânia, milhares de agricultores, professores, sem terra e sem teto se manifestaram pela manhã.
Em Pernambuco, cerca de cinco mil trabalhadores e trabalhadoras (funcionários de universidades federais, enfermeiros, taxistas, etc) de 50 sindicatos marcharam pelas ruas do Recife na parte da tarde.
Na capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, o MST ocupou pela manhã a sede do Ministério da Fazenda-MG. Metroviários também cruzaram os braços.
Em Salvador, ferroviários, metroviários, professores e bancários paralisaram suas atividades.
Representantes dos sindicatos dos vigilantes, urbanitários e professores mobilizaram-se em Macapá, no Amapá.
Já em Manaus, metalúrgicos e trabalhadores da educação marcaram presença nas ruas da capital do Amazonas.
No Distrito Federal, milhares de professores, funcionários da educação e trabalhadores terceirizados fizeram um protesto em frente à sede do governo local.
Os atos, presentes em todos os cantos do país, foram organizados por movimentos sociais, como o MST e o MTST, mas principalmente pelos sindicatos e centrais sindicais, como CUT, CTB, Intersindical e CSP-Conlutas.
Foram uma clara demonstração da força da classe trabalhadora e um aviso à burguesia que, por meio de seus políticos na Câmara, no Senado Federal e no alto escalão do governo, busca atacar e sugar ainda mais o sangue e a alma dos oprimidos. As manifestações desta sexta podem ser apenas o começo de uma contra-ofensiva da classe trabalhadora para combater o grande capital. (Com o Diário Liberdade)
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