MST realiza diversas ações pelo Brasil
Reforma agrária foi um dos setores mais atingidos pelos cortes no orçamento; Verba do Ministério do Desenvolvimento Agrário foi reduzida pela metade
Sem-terra de diversas partes do Brasil realizam, desde o amanhecer de sexta-feira (29), protestos contra a retirada de direitos trabalhistas e os cortes promovidos pelo governo federal que afetam políticas sociais. As ações fazem parte do Dia Nacional de Manifestações e Paralisações e contam, além do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com outros movimentos populares e centrais sindicais.
O dia nacional de lutas unificou os trabalhadores contra as Medidas Provisórias 664, que muda as regras para a concessão do auxílio-doença e pensão por morte, e 665, que dificulta o acesso ao abono salarial e ao seguro-desemprego. Os ajustes fiscais promovidos pelo Ministro da Fazenda, comandado por Joaquim Levy, também despertaram a crítica negativa dos movimentos sociais.
Os cortes econômicos anunciados pelo governo afetaram, entre outras pastas, a que cuida da reforma agrária. O orçamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que estava previsto em R$ 3,6 bilhões, foi cortado pela metade e agora contará com R$ 1,8 bilhão. No primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff, entre 2010 e 2014, o corte no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) chegou a 75%.
Protestos pelo Brasil
Em Belo Horizonte (MG), mais de 1.200 pessoas do MST, Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) ocuparam o Ministério da Fazenda do estado. No Rio Grande do Sul, houve mobilizações nas cidades de Porto Alegre, Passo Fundo e Pelotas.
Já no Paraná, cerca de 800 sem-terra trancaram a rodovia que sai de Curitiba sentido Araucária, na região do km 587, próximo à fábrica da Volvo. Os camponeses do Paraná iniciaram suas mobilizações já na quarta-feira (27), quando ocuparam o Incra em Curitiba, durante a Jornada de Luta pela Reforma Agrária. A mobilização reivindica vistorias, desapropriações e arrecadações de áreas para fins de reforma agrária. Somente no estado paranaense, há 7 mil famílias acampadas.
No Espírito Santo, cerca de 350 trabalhadores, ocuparam as praças de pedágios entre os municípios de Linhares e São Mateus, localizadas na BR 101. Como forma de manter o manifesto contra a terceirização e, ao mesmo tempo, dialogar com a sociedade, foi aberta uma passagem para os veículos. (Com o Brasil de Fato)
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