A Precipitação

                                                             

 A precipitação responde por muitos males que afligem o homem.

Um comportamento ansioso leva a estados de perturbação, geradores de sofrimentos perfeitamente evitáveis.

Sob o estigma da ansiedade as atitudes são incorretas, fomentando resultados inadequados à edificação interior.

O exercício da calma, por isso mesmo, faz-se imprescindível para uma jornada harmônica face às perplexidade que a vida moderna impõe.

A calma ensina a esperar pelos resultados de qualquer realização, que não podem ser antecipados.

O ritmo do tempo é inalterável, razão por que os acontecimentos sucedem naturalmente dentro de espaços que não podem ser modificados.

A instância da precipitação o homem ouve e vê mediante óptica deformada, que mais o perturba, desde que obnubilando-lhe o discernimento, precipita-o em despenhadeiros de infortúnios.

Há tempo de semear, sendo, portanto, compreensível que chegará o tempo de segar.

Inutilmente se pretenderá com êxito precipitar os fenômenos da vida, entre a germinação e a frutescência do grão.

No campo moral, o mecanismo é equivalente.

Cada fase tem um período próprio; cada ocorrência seu instante azado.

Reúne as tuas forças morais na disciplina do equilíbrio, não precipitando sucessos que devem seguir o seu curso normal.

Consciente de que somente te ocorrerá o que esteja na tua programação cármica, não sofras por antecipação, propiciando estados de ansiedade e amargura, que poderiam ser evitados.

Quando suceder que o sofrimento desabe sobre ti, enfrenta-o com nobreza, sabendo que o mesmo se te faz necessário, como forma de crescimento para a vida e de recuperação pessoal, na contabilidade dos valores espirituais.

Disse Jesus: “Somente caem as folhas das árvores pela vontade de Deus”, demonstrando que toda ocorrência está subordinada a leis que comandam todos os fenômenos do Cosmo.

Da mesma forma, sucedem no teu universo pessoal, acontecimentos a que fazes jus e de que necessitas.

Tem, portanto, paciência e não te precipites nunca.

Arrepender-te-às pela decisão arroubada, ansiosa, e nunca por aquela que nasce da reflexão e da calma.

Se parecer-te impossível suportar em paz os problemas que te angustiam, recorre à oração e deixa-te acalmar pela blandícia do intercâmbio entre ti, que rogas, e a Divindade que te responde, asserenando-te e poupando-te à precipitação.

Joanna de Ângelis e Divaldo P. Franco                

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