Aliança pró-independência é favorita nas eleições deste domingo na Catalunha

                                                                                                                                                   Efe
Segundo organizadores, movimento separatista reuniu 2 milhões de pessoas em Barcelona no último dia 11, mas Madri falou em 520 mil



Segundo pesquisas, coligação Junts pel Sí deve vencer o pleito por ampla vantagem; se confirmado, resultado deve impulsionar campanha separatista

      
A coalizão eleitoral Junts pel Sí (“Juntos pelo Sim”, em catalão) é, de acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto, a favorita para vencer as eleições legislativas da Catalunha, que serão realizadas neste domingo (27/09). O Junts pel Sí é formado por quatro partidos que defendem a independência da Catalunha perante a Espanha.


A legenda Junts pel Sí tem larga vantagem nas pesquisas; atual presidente do governo catalão, Artur Mas (foto) é um dos líderes da coalizão

A maioria das pesquisas eleitorais realizadas neste mês apontam que o Junts pel Sí deverá ter entre 38% e 41% dos votos dos catalães, ao menos 21 pontos percentuais à frente do segundo colocado, o partido Ciudadanos. Sondagens recentes feitas por alguns dos principais jornais da Espanha indicam que a coligação deve conseguir maioria absoluta do Parlamento caso se alie à CUP (Candidatura de Unidade Popular), que também defende a causa separatista.

Artur Mas, o atual presidente da Generalitat, o governo catalão, é um dos líderes do Junts pel Sí. Quem encabeça a coalizão é Raül Romeva, que, caso o resultado se confirme, substituirá Mas no posto.

Ao todo, serão eleitos 135 deputados, que vão escolher o presidente de governo. A Catalunha possui o status de comunidade autônoma dentro da Espanha.

As eleições, realizadas 14 meses antes do prazo máximo, foram oficialmente convocadas em agosto deste ano por Mas, após terem sido anunciadas em janeiro.


União Europeia e nacionalidade

O Junts pel Sí tem a intenção de que a Catalunha se torne um país independente da Espanha e passe automaticamente a fazer parte da União Europeia como Estado-membro. Madri, no entanto, tem insistido no ponto de que a Catalunha precisará requerer sua integração ao bloco, processo que pode demorar anos. Outro ponto de discordância é o direito de os catalães manterem sua cidadania espanhola em caso de independência da região, o que é defendido pela aliança e combatido pelo governo central do país.
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Oriol Junqueras, uma das lideranças do Junts pel Sí, declarou em um debate eleitoral na última quarta-feira (23/09) que, caso a separação corra, “nenhum catalão perderá sua condição de espanhol a não ser que renuncie expressa e voluntariamente”. Sobre a entrada da Catalunha na UE, Junqueras afirmou: “Já somos membros da União Europeia porque já estamos dentro”.

“Que independência é essa? Você quer romper com a Espanha, conservar a nacionalidade e o pertencimento ao mercado espanhol. Sair para conservar tudo”, disse o ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo, no mesmo debate. “Ao sair da Espanha, está se saindo da União Europeia”, acrescentou.

Passado recente

Há duas semanas, centenas de milhares de manifestantes foram às ruas de Barcelona, principal cidade catalã, para pedir a independência da comunidade autônoma. A manifestação ocorreu em 11 de setembro, em que se celebra a Diada, o Dia Nacional Catalunha.

Em outubro de 2014, o governo local desistiu de realizar um referendo popular sobre a independência catalã após o Tribunal Constitucional espanhol suspender a iniciativa. Com a proibição, a Catalunha sugeriu uma consulta popular, medida que também foi impedida pela Justiça.

De acordo com governo catalão, a votação, realizada informalmente por voluntários em novembro, teve mais de 2 milhões de participantes e registrou 80% de apoio pela independência da região, apesar de ter sido registrada uma taxa de abstenção de 60%. Madri considerou a votação ilegal e disse que se tratava de plataforma de propaganda política. (Com Opera Mundi)

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