Deputada federal Jô Morais faz a defesa do Teatro da Cidade







A deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) fez hoje a defesa do Teatro da Cidade, de Belo Horizonte, durante discurso da tribuna da Câmara, quando enfatizou diferencial da casa de espetáculo: “O Teatro da Cidade, que tem uma história de 25 anos, foi palco não apenas do fazer cultural, do fazer artístico, mas também do fazer político e do fazer social. É um espaço no qual a sociedade de Belo Horizonte se realiza pela arte e pela cultura”, afirmou.

A parlamentar se solidarizou com os movimentos sociais, com o ator a agente cultural Pedro Paulo Cava, que está à frente da instituição, e com o também artista e professor, Luiz Paixão na luta pela manutenção do teatro. “Considero que todos devem se incorporar à existência de um espaço no qual se difunde arte e cultura”, disse ao ler a mensagem de Paixão em favor do espaço.
                            
Discurso
                                      
                        Eis a íntegra do pronunciamento da deputada federal Jô Moraes:

“Senhor presidente, senhoras e senhores deputados,

Recebi uma mensagem do professor, diretor e autor de teatro, Luiz Paixão, que, com sua Companhia de Teatro, é uma referência nas artes cênicas em meu Estado, Minas Gerais. Luiz Paixão chama a atenção para a perspectiva de fechamento definitivo do Teatro Cidade que há 25 anos funciona na Rua da Bahia, na área central de Belo Horizonte. 

Seria mais uma entre os muitos teatros, casas de show, espaços artísticos que encerram as atividades na maioria das grandes cidades a cada ano. Problema que infelizmente já nem sensibiliza tanto. Há outras prioridades, como infraestrutura, saneamento, transporte público, é o que se ouve de alguns gestores por ai como justificativa para não investir na produção artística, no incentivo ao setor.

E é assim que ficamos? Definitivamente não. Porque arte é essencial à vida, ao progresso, à emancipação de um povo. Pois arte é instrumento de conhecimento, de saber crítico, gerador de transformações, de consciência individual. A arte é a cultura vivida, é interação, representação de sensação, de impressão, de experiência. 

É através dela que construímos uma identidade nacional. A arte em suas múltiplas e diferentes linguagens, manifestações tem de ser entendida como um bem social, histórico e cultural – um patrimônio. E como tal tem de ser sempre identificado, apropriado, estimulado, desenvolvido e divulgado, fomentado.

Falo isto porque o Teatro da Cidade não pode ser fechado por falta de recursos financeiros. Ele representa todo um momento histórico da cidade de Belo Horizonte, do Estado de Minas Gerais, do Brasil. Como bem lembra Luiz Paixão, este Teatro que tem à frente Pedro Paulo Cava é um espaço que não se “limitou a abrigar espetáculos teatrais e exposições de arte: aquele espaço esteve sempre aberto todas as vezes em que foi solicitado a abrigar reuniões e encontros de caráter reivindicatório e político. 

O Teatro da Cidade tornou-se, como o seu próprio nome indica, o teatro da cidade, espaço democrático e político, espaço cultural e de reunião de artistas em sua incansável luta pela afirmação da arte e da cultura”. Porque Pedro Paulo Cava sempre entendeu a função social e política do artista e do teatro.

Por isto, em nome da Arte, da Cultura, em nome de um amanhã mais rico para todos nós mineiros e brasileiros faço um apelo desta tribuna para que não deixem que as portas de nosso Teatro da Cidade se feche. Nada justifica tamanho atentado.

Aproveito a oportunidade para pedir que a mensagem de Luiz Paixão em favor do Teatro da Cidade seja registrada nos Anais desta Casa.

Era isto, Senhor Presidente.

Deputada Jô Moraes – PCdoB/MG”

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