Após cinco grandes manifestações, Catalunha caminha para a independência em menos de um ano
Desde mais de uma hora antes do início das manifestações da Diada [o Dia Nacional da Catalunha], já havia rios de pessoas em Barcelona, Berga, Lleida, Salt e Tarragona. Foram cinco grandes manifestações, que reuniram em conjunto centenas de milhares de manifestantes: a mais multitudinária, em Barcelona, mas também em Berga, Lleida, Salt e em Tarragona foram as mobilizações mais grandes dos últimos anos.
O batec conjunto das cinco cidades no final do ato, logo de lido o manifesto por Maria Barbal, Núria Picas, Gerad Quintana, Manolo Tomàs e Pere Portabella, foi um dos momentos mais emotivos da jornada.
Assim que o ato terminou, o presidente da Assemblea Nacional Catalana (ANC, entidade civil catalã promotora da independência do Principado), Jordi Sànchez, pediu às instituições catalãs unidade e também determinação para poder fazer um referendo sobre a independência, que o regime espanhol teima em proibir através do aparelho judicial ao seu serviço e de toda a classe de ameaças, inclusive militares.
"Não duvidem nem um momento em colocar as urnas", pediu Sànchez, que argumentou que esta "é a linguagem que o mundo democrático entende, a melhor homenagem à democracia e aos povos livres do mundo, e o melhor instrumento para manter este país como um povo unido", porque "todo mundo aceitará o resultado de um referendo pela independência".
Do seu lado, o presidente de Òmnium Cultural, a outra grande entidade da sociedade catalã reivindicando a independência, Jordi Cuixart, celebrou a grande participação nesta nova manifestação. "Que ninguém s eatreva a duvidar mais nunca do povo da Catalunha. Queriam-nos vencidos e hoje dissemos-lhes que nunca render-nos-emos", exclamou.
Governo catalão mantém rumo à independência e CUP (Candidadura de Unidade Popular) importante papel
Precisamente, o Presidente do governo autónomo, Carles Puigdemont, avisou com ocasião desta Diada que para estas datas do ano próximo, espera ter já convocadas eleições constituintes para o Parlamento da Catalunha independente. Previamente, explicou, tentará pactuar um referendo com o regime monarquico espanhol, mas se Madrid não aceitar, garantiu um processo unilateral.
Puigdemont submeterá o seu mandado a uma questão de confiança nas próximas semanas, para a qual a esquerda revolucionária catalã, com presença parlamentar através das Candidaturas d'Unitat Popular (CUP) já anunciou o seu apoio.
Apesar da crise que atravessa, o papel das CUP em todo o processo tem sido até agora fundamental. Não tanto por permitir uma maioria parlamentar independentista quanto por obrigar a manter um processo nídio e sem pausas ao governo do burguês Carles Puigdemont. Ainda, sem esquecer a atividade de rua, a CUP tem forçado um suavizamento nos brutais cortes que o neoliberalismo catalão vinha aplicando à classe trabalhadora do país mediterráneo nos últimos anos.
A CUP mantém intacta, entretanto, a sua aposta por umha Catalunha socialista cujo nascimento tenha na independência o seu seguinte passo, e por alargar a libertação nacional não apenas ao principado, mas ao conjunto dos Países Catalães, cujo território está dividido entre três estados (o Espanhol, o Francês e Andorra).
Reino de Espanha continua sem compreender e aposta na mentira e a repressão
E entretanto, mais surpreendente que a corajosa luita catalana, é um Reino de Espanha que continua sem compreender nada do que acontece. Às continuas denúncias que o governo em funçons contra dirigentes catalãs e catalães, somou-se na jornada de ontem um patético espectáculo de desinformação através da imprensa do regime espanhol.
Alguns diários, como o ultra La Razón, chegou a assegurar que o independentismo "perde força", contra todo sinal de uma realidade que levou as ruas mais de um milhão de pessoas. Perante a evidência, outros jornais, como o El País, tivêrom que admitir, sim, "Mais umha Diada multitudinária".
(Com o Diário Liberdade)
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