Morre Armando Hart Dávalos (Conheci-o em Havana , há 28 anos. Ele sempre atencioso, um gentleman, um diplomata para com todos os brasileiros. José Carlos Alexandre)
O extraordinário combatente revolucionário Armando Hart Dávalos morreu no domingo, 26 de novembro, à tarde, devido a insuficiência respiratória.
Hart nasceu em 13 de junho de 1930 em Havana. Sendo um estudante da Universidade, na qual entrou em 1947, ocupou diversas responsabilidades na Federação de Estudantes Universitários e na Juventude Ortodoxa. Graduou-se como doutor em Direito em 1952. Teve uma atitude vertical de rejeição à ditadura de Fulgencio Batista.
Ele se juntou ao Movimento Nacional Revolucionário, liderado por Rafael García Bárcena, e quando Bárcena foi acusado de conspiração, em abril de 1953, Hart o defendeu como advogado, sustentando diante do tribunal o direito do povo à rebelião. Sofreu prisão em várias ocasiões.
Armando Hart foi um dos fundadores do Movimento 26 de julho e fez parte da diretoria que Fidel Castro deixou em Cuba. Participou do levante de 30 de novembro de 1956, em Santiago de Cuba. Trabalhou em estreita colaboração com Frank País na organização do Movimento 26 de Julio na planície e em apoio da Serra Maestra.
Em 1957, foi preso e condenado a vários anos de prisão. Quando estava sendo levado ao tribunal por outras acusações, escapou e se juntou à luta clandestina. Tornou-se o Coordenador Nacional do Movimento de 26 de julho e participou de várias reuniões na Serra Maestra. Em 1958, foi preso e esteve na prisão até a queda da tirania.
Após o triunfo de 1º de janeiro de 1959, desempenhou importantes responsabilidades políticas e governamentais. Ele fez parte da Direção Nacional das Organizações Revolucionárias Integradas (ORIs) e do Partido Unido da Revolução Socialista de Cuba, bem como membro do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba, desde a sua constituição em outubro de 1965 até sua morte. Foi secretário de Organização do Comitê Central, primeiro secretário do Comitê Provincial do Partido na antiga província de Oriente e membro do Bureau Político de 1965 a 1991.
Como ministro da Educação, o primeiro nomeado pela Revolução, fez um trabalho valioso, com destaque para seu papel durante a Campanha de Alfabetização. Nomeado, em 1976, ministro do recém-fundado Ministério da Cultura, responsabilidade que ocupou há mais de 20 anos, teve um lugar significativo na materialização da política cultural da Revolução desenhada por Fidel. Foi membro do Conselho de Estado de 1976 a 2008 e deputado à Assembleia Nacional do Poder Popular (Parlamento), desde que foi constituído em 1976 até sua morte.
Como diretor do Gabinete do Programa Marciano e presidente da Sociedade Cultural José Martí desde 1997, dedicou-se com a devoção à divulgação da vida e do trabalho de José Martí em Cuba e no exterior. Em 2010, recebeu a Ordem José Martí, a maior condecoração concedida pela República de Cuba. Ainda, foi distinguido como o doutor Honoris Causa por parte de inúmeras universidades cubanas e estrangeiras.
Seu extenso trabalho intelectual, profundamente enraizado em José Martí e Fidel Castro, ocupa um lugar proeminente entre os melhores do pensamento revolucionário cubano.
Hart se destacou por sua simplicidade, por sua absoluta lealdade a Fidel e Raúl, sua defesa permanente da unidade entre revolucionários e sua consagração, até seu último suspiro, às tarefas que a Revolução lhe confiou.
Seu corpo será exposto no Centro de Estudos Martianos, em Calzada e 4, no Vedado, partir das 21 horas do domingo 26, onde será velado até às 10 horas da segunda-feira. Posteriormente, por decisão familiar, será cremado.
(Com o Granma/Cubadebate/Revista Bohemia/La Jiribilla/Trabajadores/Juventud Rebelde)
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