Ano sangrento para jornalistas


O ano passado foi o pior para os jornalistas, com um total de 99 profissionais de imprensa mortos em todo o mundo, dos quais 71 foram assassinados no exercício das suas funções profissionais, segundo o relatório do Comitê para a Protecção dos Jornalistas, divulgado na terça-feira numa conferência de imprensa na sede da ONU.

2009 foi o pior ano para os jornalistas desde 1992, ano em que se iniciaram os estudos. Antes, o pior ano foi 1994 em que morreram 66 jornalistas no exercício das suas funções na Argélia, Ruanda e Bósnia.

O Comitê para a Protecção dos Jornalistas analisa igualmente os fatos de perseguição e intimidação dos jornalistas, qualificando o governo do Irã onde a profissão de jornalista está, de fato, fora de lei, como o mais duro em relação aos profissionais da Comunicação Social.

Só no ano passado, no Irã foram presos mais de 90 jornalistas. Atualmente, pelo menos 23 profissionais da Comunicação Social local encontram-se presos.

Os mais vulneráveis à repressão são os jornalistas de edições online, pertencendo a liderança neste indicador, tal como nos últimos dez anos, aChina, onde pelo menos 24 jornalistas estão atrás das grades.

O secretário da União dos Jornalistas da Rússia, Pavel Gutiontov, afirma que "os números são amargos. O século que se iniciou nos deu números recordes também nesta questão.Nunca antes o número de assassinatos de jornalistas tinha sido tão grande como na década passada. Estou menos preocupado com o Ruanda do que com a Rússia que se mantém firmemente em quarta posição nesta lista horrível. Se nos anos 90, a maioria dos nossos colegas mortos foi vítimas de conflitos militares em focos de tensão como a Chechénia, norte do Cáucaso, Tadjiquistão, hoje em dia, este mal atingiu as nossas cidades pacíficas", disse Pavel Gutiontov.

Ao mesmo tempo, o Comitê para a Proteção dos Jornalistas assinala mudanças positivas na posição das autoridades russas em relação aos crimes contra profissionais da Comunicação Social. Por exemplo, no ano passado, o presidente russo, Dmitri Medvedev, disse que os assassinos de jornalistas devem ser punidos, o mais severamente possível.

Há dias, o presidente russo declarou compreender os receios dos dirigentes dos meios de Comunicação Social russos de que a utilização pela Comunicação Social de informações consideradas como informação insider possa vir a constituir um motivo para acusar os jornalistas de prática de insider trading e servir de instrumento de pressão sobre os mesmos. Dmitri Medvedev pediu ao governo que levasse em conta as preocupações dos profissionais da Comunicação Social na elaboração do projeto de lei de combate ao crime de insider trading. (Com a Voz da Rússia)

(Insider trading é resumidamente a utilização de informações relevantes sobre uma companhia, por parte das pessoas que, por força do exercício profissional, estão “por dentro” de seus negócios, para transacionar com suas ações antes que tais informações sejam de conhecimento do público, esclafrece a revista Direito, do IBMEC )

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