O que acontece no Futebol, com Flávio Anselmo
Flávio Anselmo revela os bastidores da luta pela transmissão via TV das partidas de futebol , verdadeiras jogadas de mestres e dos lobbies
CRUZEIRO, O PRIMEIRO BRASILEIRO A VENCER EM MANIZALES.
O CRUZEIRO ESTEVE LONGE DE SER o time que tem encantado na Copa Libertadores, mas ainda assim manteve-se invicto na competição. Os azuis venceram o Once Caldas por 2 a 1 no Estádio Palogrande, em Manizales, na Colômbia, e saiu em vantagem nas oitavas de final.
O goleiro Fábio, autor de defesas salvadoras, foi o herói na defesa. Cuca demorou a tirar Brandão e quando o fez colocou outro herói em campo: Ortigoza entrou no segundo tempo, deu uma assistência para Wallyson marcar seu sétimo gol no torneio ao abrir o placar; depois o paraguaio marcou um golaço de cobertura.
Os colombianos descontaram no fim, com Núñez. Na próxima quarta-feira, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, o Cruzeiro poderá perder por 1 a 0, que ainda assim estará nas quartas de final do torneio continental.
O triunfo do Cruzeiro sobre o Once Caldas na Colômbia, por 2 a 1, representou a primeira derrota dos colombianos para um clube brasileiro dentro de casa, em Copas Libertadores. Até então, a equipe de Manizales havia enfrentado times do Brasil por quatro vezes pela maior competição do continente, com quatro vitórias.
NA QUARTA DA COPA DO BRASIL: Em São Januário enquanto o presidente Roberto Dinamite apresentava o novo reforço do Vasco, Juninho Pernambucano, no gramado o time se arrastava e empatava em 0 a 0 com o Náutico na Copa do Brasil. Os vascaínos passaram pra outra fase.
O São Paulo repetiu o placar de Goiânia e bateu no Goiás, que perdeu o goleiro Harley com uma contusão séria no joelho. Dagoberto repetiu o feito do Serra Dourada e classificou os sãopaulinos. O Flamengo não teve dificuldades pra vencer o Horizonte por 3 a 0 e classificou-se, também. Outro que segue em frente: o Ceará que fez 2 a 1 no Prudente.
VOU CONTAR PRA VOCÊ a história de como se discutiu a questão dos direitos de transmissão do Brasileiro no Senado federal. Evandro Guimarães, representante da Rede Globo, minimizou a participação da RedeTV!
Na discussão sobre a compra dos direitos de transmissão por televisão do Campeonato Brasileiro, na audiência pública desta quarta-feira no Senado Federal, em Brasília. Também explicou seus motivos de desistir em participar da licitação organizada pelo Clube dos 13.
O global ignorou de propósito a RedeTV ao afirmar que "Não havia nenhuma segurança do ponto de vista jurídico para que redes do tamanho, do porte da TV Globo, da Record e da Bandeirantes participassem da licitação do Clube dos 13. À época, não havia consenso quanto ao aspecto jurídico".
A não citação da RedeTV!, participante única e, consequentemente, vencedora da licitação, não foi mero esquecimento. Foi mais que proposital e veio logo após o representante do canal paulista, Kalled Edjail Adib, ter dito com todas as letras que não concordava com a prática da rival.
A Globo, após tomar conhecimento da proposta de R$ 1,548 bilhão por três anos de Nacional feita pela RedeTV!, passou a negociar de forma direta e independente com os clubes e, oficialmente, já acertou com 14 deles.
A RedeTV acusou: "A partir do momento que eu sei quanto foi a proposta, não posso fazer oferta. Isso é abuso de poder econômico".
Depois escolheu alguém menor pra brigar com ela: a audiência pública teve um dos seus momentos mais efervescentes já próxima do fim, quando os representantes da RedeTV! e da Band deixaram o comportamento protocolar de lado:
"Como era claro no edital, se pedia garantia bancária para o valor total da oferta vencedora. E a proposta da RedeTV! não trouxe esta garantia bancária. Então, é algo que se precisaria ser verificado", afirmou José Carlos Silveira, da Band.
O representante da RedeTV! subiu o tom em relação ao que se verificava até então. "A garantia que nós demos foi a garantia dos contratos publicitários. A Bandeirantes sequer participou das reuniões", rebateu Kalled Edjail Adib.
Não satisfeito com a colocação inicial, José Carlos Silveira, da Band, voltou a cutucar a emissora concorrente quando foi chamado a dar sua palavra final. "Caso a RedeTV! venha a ser transmissora do Brasileiro, como tanto defende o Khalled, por ser a vencedora da licitação, eu gostaria de dizer que os termos do edital não foram atendidos".
A audiência pública no Senado Federal foi marcada, também, pela divergência entre Clube dos 13 e Rede Globo, e a posição neutra da CBF e do Cade sobre a questão dos contratos de venda de direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.
O presidente do C13, Fábio Koff, voltou a afirmar que seguiu as determinações do Cade na montagem do processo de licitação, e agora se vê desamparado pelos órgãos reguladores. "Acreditei que estava no caminho certo, seguindo a lei, e o Clube dos 13 ficou no pincel sem escada. Agi como o Cade determinou”.
Pressionado, o presidente do Cade, Fernando Furlan, afirmou que o órgão não deve regular o mercado, apenas fiscalizar para que as regras de concorrência sejam respeitadas: "O Cade não é agente regulador, não tem competência para criar normas reguladoras e fiscalizar os cumprimentos dessas normas. Temos que fiscalizar o mercado, para ver se ele está dentro das regras de concorrência”.
A CBF se isentou de qualquer participação no processo de venda dos direitos e na elaboração dos contratos e afirmou apenas organizar o Campeonato Brasileiro. Afirmou o cartola Ricardo Teixeira: "a gente mexe com a organização do campeonato, e sobre esse assunto não temos diretamente nenhuma responsabilidade".
A propósito do assunto recebi a excelente contribuição do leitor José Antônio-BH:
“Sobre o Clube dos 13, que na realidade são 20, tem como presidente Fábio Koff desde 1996. Portanto, já está no poder por quase duas décadas, cujo perfil é muito parecido com o do presidente da CBF”.
“Fica a pergunta: o que este senhor fez para o crescimento do futebol brasileiro? Parece-me, que o interesse dele é somente o salário de 50 mil mensais; segundo noticiado pela imprensa esportiva de S.Paulo”.
“Fábio Koff deixou passar uma excelente oportunidade de entrar para a história do nosso futebol como empreendedor compromissado com o futebol, se tivesse lutado por um canal de TV, na década de 90”.
“Lutar para gerar as imagens dos jogos e vender para as emissoras que se interessassem em transmitir o evento. Se isto tivesse acontecido o futebol brasileiro hoje estaria no mesmo nível do futebol europeu, e consequentemente diminuindo o êxodo dos nossos melhores jogadores, cujos clubes que os revelam não tem condições de competir com o futebol internacional”.
“Mas, por falta de concorrência a Rede Globo continua crescendo porque paga aos clubes o que ela quer pagar. Não restando aos clubes alternativa a não ser assinar com a emissora”.
‘“Segundo Alexandre Kalil vai passar a decisão para o Conselho Fiscal do Atlético”. Até agora ainda faltam assinar, também, Internacional, São Paulo, Atlético Paranaense. Quem sabe estes clubes que estão entre os 10 maiores do Brasil, resolvam adquirir um canal de TV e desbanquem a Vênus Prateada. “Fica ai a sugestão para o Urso Bravo”.
“Exemplo de uma ação bem sucedida que transformou uma corrida de automóveis como o maior evento esportivo do mundo, quiçá mais rentável que a Copa do Mundo, através da geração do Vídeo e áudio e venda do evento para as principais emissoras de TV, do planeta terra. Refiro-me a Bernie Ecclestone O mago da Fórmula 1”.
Flávio Anselmo
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