A privatização dos aeroportos e outras maldades da dívida pública
Grandes jornais de hoje elogiaram em seus editoriais a privatização de aeroportos, anunciada pelo governo, sob a velha justificativa neoliberal de que o Estado não possui condições de investir ou gerir empresas estatais. Os jornais também defendem que o governo dê atrativos às empresas que adquiram os terminais aeroportuários, ou seja, alta remuneração na forma de tarifas e outras fontes.
Na contramão destes editoriais, o jornal Correio Braziliense mostra a verdadeira história das privatizações: o extraordinário aumento das tarifas, e a queda na qualidade dos serviços.
O argumento de falta de recursos para investimentos públicos é velho conhecido dos brasileiros, já tendo sido utilizado pelos sucessivos governos desde os anos 90 para justificar inúmeras privatizações. Porém, na realidade, a falta de recursos se deve ao pagamento de juros e amortizações de uma questionável dívida.
O Portal G1 noticia a medida do governo para tentar reduzir o preço da gasolina: a Presidente Dilma Rousseff assinou Medida Provisória reduzindo a proporção de álcool na gasolina, na tentativa de que isso reduza o consumo de álcool e faça cair o seu preço. A Medida também dá poderes ao governo de estabelecer metas de produção de álcool pelas usinas.
Sobre este tema, cabe ressaltar que o aumento do preço do álcool se deve ao aumento do preço do açúcar no mercado internacional - em meio à crise alimentar - que estimula os usineiros a produzirem este produto ao invés do álcool. Tal situação ocorre pois o modelo primário-exportador brasileiro não admite sequer discutir o fim das atuais isenções de tributos para a exportação, para não colocar em risco o pagamento da dívida externa e o acúmulo de reservas internacionais, que compra a confiança dos investidores estrangeiros nos títulos das dívidas externa e interna brasileiras.
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