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Cientistas de Israel criam coração usando células de peles de dois idosos
Pela primeira vez na história da medicina, cientistas conseguiram converter células de pele em células do músculo cardíaco saudáveis. A experiência revolucionária foi conduzida por uma equipe do Centro Médico Rambam, em Haifa, liderada pelo professor Lior Gepstein.
Os peritos têm grandes esperanças de este estudo venha a ajudar não somente pacientes com doenças cardíacas. Potencialmente, a tecnologia pode ser utilizada no tratamento de diabetes e doenças do sistema nervoso central, tais como a doença de Parkinson.
Os cientistas utilizaram células de pele de dois pacientes idosos com insuficiência cardíaca. Em laboratório, a partir dessas amostras, eles conseguiram “cultivar” um tecido cardíaco muscular saudável que, em seguida, transplantaram para animais. O tecido transplantado se estabeleceu, suas células foram capazes de interagir com sucesso com células do coração e o organismo animal não o rejeitou. Os resultados do estudo são encorajadores. Afinal, em teoria, se o tecido cultivado for transplantado para o próprio “doador”, não deve haver rejeição em princípio.
O estudo é baseado no trabalho do cientista japonês Shinya Yamanaka, que provou que células normais podem ser transformadas em células semelhantes a células estaminais embrionárias, a partir das quais se pode cultivar praticamente qualquer tecido do organismo. Yamanaka chamou às novas células de estaminais pluripotentes induzidas (induced pluripotent stem – iPS na sigla inglesa). A descoberta levou o Dr. Gepstein a iniciar sua própria pesquisa de células-tronco e de sua aplicação no tratamento de doenças cardíacas. Ele falou à Voz da Rússia sobre o futuro do seu método de tratamento.
“Neste estudo, examinámos a possibilidade de converter células de pele em pacientes idosos e muito doentes com insuficiência cardíaca em um tecido cardíaco saudável. Nós reprogramámos as amostras de células de pele para a produção de células iPS, e em seguida transformámos as células estaminais resultantes em células cardíacas. Deve notar-se que, apesar de as próprias células cardíacas dos pacientes estarem muito desgastadas devido à doença do coração, as novas células cardíacas formadas a partir das células de pele eram completamente saudáveis e semelhantes em sua estrutura a células de coração de recém-nascidos.”
Lior Gepstein tem certeza que, se esse método passar todos os testes e verificações necessários, seu laboratório receberá financiamento para o projeto e dentro de 5-10 anos será possível proceder a ensaios clínicos.
Um dos pontos principais é a questão de segurança do tratamento com a utilização de células iPS. Há o perigo remoto de essas células poderem degenerar em células cancerosas e, por isso, primeiro é necessário ter a certeza que isso não acontecerá, e que nesse aspeto, este tratamento é absolutamente seguro. Além disso, é preciso estudar em maior detalhe a capacidade das novas células de funcionar e se desenvolver após o transplante.
Os cientistas também necessitam de aumentar o número de células cultivadas. Afinal, por enquanto, eles só podem produzir alguns milhões de células. Entretanto, o coração humano adulto consiste de cerca de quatro bilhões de células. E, em consequência de ataques cardíacos, cada pessoa pode perder cerca de um quarto das células saudáveis.(Com a Voz da Rússia)
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