Consórcio de Belo Monte decide cortar ida à cidade e operários se revoltam
Operários do canteiro de Pimental, um dos cinco de Belo Monte, paralisaram as atividades e promoveram um protesto na manhã desta quarta, 18, após o anúncio do Consórcio Construtor Belo Monte de que os pagamentos seriam feitos no local e não na cidade de Altamira, o que os deixaria mais isolados no local de trabalho.
Para anunciar a mudança, o Consórcio distribuiu um panfleto no canteiro que tratou o corte da ida a Altamira como um “mal menor”, diante de outros infortúnios como a perda de emprego.
Logo de manhã, os trabalhadores alojados – em sua maioria oriundos de outros estados – se rebelaram, furaram pneus de ônibus e impediram a entrada dos operários que moram em Altamira. “Mais de mil pessoas que foram trabalhar hoje de manhã tiveram que voltar pra casa.
A Força Nacional de Segurança parou todo mundo no meio da estrada e mandou voltar. La no canteiro, eles ainda botaram fogo no ‘buraco’, local da obra, queimando galões de combustíveis”, disse um dos trabalhadores da cidade.
“Com a decisão da mudança do local do pagamento, os alojados ficam como que presos no canteiro. Quem quiser ir a Altamira fazer compras, passear, tem que pagar, fretar ônibus. Isso é um absurdo”, explicou o trabalhador.
Segundo ele, cerca de 100 operários alojados foram detidos e demitidos ainda no local. “Botaram eles nuns ônibus e nem levaram pro RH, foram carregados diretamente pro Maranhão, escoltados pela Força Nacioanl”, afirma o operário. Segundo ele, o clima no canteiro se acalmou no final da tarde, mas ainda não há informações se a paralisação continua.
Ataque de onça
Outro estopim para a revolta desta quarta foi a morte de um dos operários alojados em função do ataque de uma onça. “Foi horrível, o cara ficou todo desfigurado. A Força Nacional matou o animal, mas depois disse pro Ibama que os trabalhadores tinha cometido um crime ambiental. Ficou todo mundo revoltado”
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