Jornalistas do "Diário do Pará" entrarão em greve nesta sexta
Nesta sexta-feira, 20 de setembro, funcionários do jornal Diário do Pará e do Portal Diário Online vão parar suas atividades e realizar uma manifestação em frente à empresa. Os jornalistas reivindicam aumento salarial, um Plano de Cargos, Carreira e Remuneração e melhores condições de trabalho.
O Sindicato dos Jornalistas do Pará diz tentar diálogo com a direção do Grupo Rede Brasil Amazônia de Comunicação (RBA), de propriedade do senador Jader Barbalho, desde de abril. “Essa situação vem se arrastando há muito tempo”, relatou Sheila Faro, presidente da entidade. “A vontade de mudar, ganhar mais, de ser valorizado e respeitado fez com que, na última assembleia, deliberássemos pela greve.” O Grupo RBA não quis se manifestar.
Repórteres e fotográfos do grupo recebem um salário bruto R$ 1 mil. Com descontos, o salário pode chegar a R$ 800. “Estamos em franca campanha por melhores condições de trabalho, remuneração, pelo fim da super-exploração da nossa mão de obra, da intimidação e assédio moral que enfrentamos diariamente”, diz trecho de carta aberta divulgada pelos funcionários. “Não ficaremos mais calados diante de todas as atrocidades que enfrentamos para realizar nosso trabalho.”
Segundo os profissionais da empresa, a água do bebedouro do local é suja, não há copos para os trabalhadores e não há papel higiênico. Os jornalistas ainda dizem trabalhar “com cadeiras e computadores sucateados”. As equipes que cobrem temas policiais carecem de segurança.
“Nenhum de nós reproduzirá novamente o discurso de que ‘é normal o jornalista trabalhar muito e ganhar pouco’. Uma miséria, na realidade. Não é normal!”, protestam os funcionários na carta. “Não deixaremos mais que nosso sofrimento como trabalhadores seja ocultado por todos os prêmios conquistados a duras penas e que fazem o Diário do Pará se autointitular como ‘o jornal mais premiado do mundo’.”
Para a presidente do sindicato, o fato de a região contar apenas com dois grupos de mídia — o Liberal, ligado à Globo, e o RBA, parceiro da Band — fazia com que os profissionais tivessem receio de protestar.
“Defenderemos aguerridamente todas as reivindicações contidas em nossa pauta e não arrefeceremos nem nos intimidaremos até que haja uma negociação efetiva entre a direção desta empresa e seus funcionários, com ganhos reais para nossa categoria”, diz a carta dos funcionários. “Usaremos de todos os instrumentos trabalhistas, políticos e jurídicos para que nossa causa nunca mais volte a ser ignorada.” (Com o Portal Imprensa/ABI)
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