Trincheira do Flávio Anselmo

                                                                           

MINAS REFORÇA SELEÇÃO DE FELIPÃO ATÉ COM O INQUESTIONÁVEL TITA

QUE VICTOR que nada. Que Dedé que nada! A convocação mais comemorada feita por Luiz Felipe Scolari pra Seleção Brasileira foi a de Edmar Antônio da Silva, o boa-praça Tita, massagista do Cruzeiro há vários anos.

Não há ninguém que frequente a Toca da Raposa - ou fora dela - que não seja admirador deste moço que voltou a estudar aos 42 anos, já no clube azul e formou-se em fisioterapia pela Faculdade Estácio de Sá.
                                                              
Na própria Toca, o inquestionável Tita concluiu o ensino fundamental e médio, na escola dos jogadores das categorias de base. O que ele agradece:

"O Cruzeiro foi a porta grandona que se abriu pra mim. Pude voltar a estudar, posso dar escola e informática ao meu filho e pra minha esposa.



PRIMEIRO APTO.



Depois de ultrapassar obstáculos como morar sozinho desde os 12 anos, trabalhar durante 30 anos como camelô e residir boa parte dos seus anos em condições precárias numa favela na periferia, Tita pode, hoje, dar uma boa condição de vida à sua família.

Ele conta a história de como saiu de lá:

"Um dia o Felipão, então treinador do Cruzeiro, se ofereceu pra me levar em casa. Eu disse, ô professor moro numa favela, o senhor não vai gostar. E não gostou mesmo quando chegou lá. Ele me disse: "você não pode morar aqui".

"E de imediato, enfiou a mão no bolso e me deu R$ 18 mil. Os jogadores completaram o resto e assim comprei meu apartamento fora da favela".
A estatura de espírito de Tita, antes até dele chegar à Toca, já tinha diversos admiradores. Este filho de dona Geralda e o seu filho Flavinho eram dois desses.

Sei lá aonde Tita andou por esse mundo de futebol, antes de aportar na Toca. Mas havia sempre um cantinho pra ele, conseguido na base da simpatia, da humildade e da vontade de servir. Daí a minha alegria por sua convocação: ele merece!



GAROTÃO CHORA



Dedé é outro meninão. Recebeu a nova convocação pra seleção de Felipão com lágrimas nos olhos diante das câmeras. Nada de fingimento, choro baixinho, de pura emoção, realmente. Ele passou por difíceis momentos na Toca da Raposa.

A desconfiança sobre aquela história de "Mito", que ele nunca incentivou, os problemas de adaptação, os erros fatais, como aquele contra o Flamengo, no Mineirão, causaram-lhe estragos na reputação.

Valente e ciente de suas condições técnicas, como um dos melhores zagueiros do País, Dedé deu a volta por cima. No Brasileiro já é um destaque ao lado de Bruno Rodrigo. As minhas críticas quanto a Dedé sempre foram leves: estava afoito demais, correndo demais atrás do adversário e deixando a posição abandonada.



LANCE QUE ESTIMULA



"Aquele lance contra o Flamengo, pelo contrário, serviu pra me estimular em busca de minha recuperação. Eu o analisei muito e vi que precisava sair do buraco. Tomei mesmo um choque quando não fui convocado pra Copa das Confederações. Contava com ela".

"Porém, o que mais me abalou foi a doença de minha irmã. Ela teve encefalite e ficou sete dias na UTI de um hospital no Rio de Janeiro. Sofri demais e minha cabeça não saía de lá, Não me focava em nada. Graças a Deus, ela se recuperou e eu também".

Dedé e Tita estão no  grupo que enfrentará Coreia do Sul e Zâmbia, nos dias 12 e 15 de outubro, respectivamente. 

  

 GALO PERDE DOIS



Convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari para defender a Seleção Victor e Jô serão desfalques certos do Atlético em três partidas do Campeonato Brasileiro. Como, também, Dedé no Cruzeiro.
A apresentação tá marcada pra 6 de outubro, à noite, após a rodada daquele domingo. Os atleticanos nãojogam na 27ª, 28ª e 29ª rodada, contra Ponte Preta (dia 9), Cruzeiro (13) e Atlético Paranaense (16). O Atlético é o único time brasileiro que cedeu dois jogadores.



JUSTIÇA NO GOL



Só espero que não se cometa com Victor a injustiça feita com Fábio, goleiro do Cruzeiro. Sempre foi um dos melhores do futebol brasileiro. Mas nas convocações era sempre preterido ou chamado pros amistosos chulés como os de agora. Depois, esquecido de novo.

Victor vive a mesma situação. "São Victor" da Libertadores retornou em várias partidas desta Brasileiro, exceto naquela falha no chute de longe do volante Dakson, no Vasco. Não houve prejuízo maior, porque o Galo venceu por 2 a 1, porém a bola passou-lhe por entre as pernas.

Jô, no entanto, é feijão sem bicho e tem praticamente o passaporte carimbado pra Copa do Mundo/2014. Tem mesmo? E quando Fred se recuperar da lesão, sobrará o Jô ou Pato?Aqui a briga não é pelo talento individual, mas pela força política.



VICTOR NA SELEÇÃO



A relação do goleiro Victor com a Seleção Brasileira vem de longa data. A primeira convocação aconteceu há quatro anos, quando ele ainda defendia o Grêmio. Ele disputou as eliminatórias da Copa de 2010 e uma Copa das Confederações. Em 2010, estreou contra os Estados Unidos.

Depois, atuou também contra Irã, Ucrânia e Argentina. Em 2011, Victor estava no grupo que jogou a Copa América, na Argentina. Retorna agora, um ano depois quando foi chamado pros amistosos com o Japão e Iraque, pelo treinador Mano Meneses.

Segundo Victor, será a primeira vez que trabalha com Luiz Felipe Scolari; "Todavia, tive boas referências de que já foi treinado por ele e do seu jeito "paizão" de tratar os atletas. Os treinamentos e os amistosos serão fundamentais pra que eu mostre o meu valor".

Cuidado, Victor! Jefferson e Cavalieri estão na fila e Júlio César recupera-se da contusão nas mãos. 

CRUZEIRO NO SUL

Assisti à partida entre Internacional 1 x 1 Atlético Paranaense, em Novo Hamburgo, pelas oitavas de final da Copa do Brasil e constatei que o time colorado titular, velho e decadente, com média de idade superior a 30 anos, é mais perigoso ao lançar mão dos criados em casa.

O Inter tem excelente trabalho de base.

E sem D'Alessandro, suspenso, será o adversário do Cruzeiro, neste domingo, em Novo Hamburgo, onde tem jogado mal.

No primeiro tempo em Novo Hamburgo, o Inter tomou verdadeiro chocolate do Furacão, que conseguiu marcar apenas 1 a 0. Teve chance pra mais, desperdiçadas por um ataque que briga com o Cruzeiro pra ser o mais positivo do Brasileiro.

Neste período do jogo, apenas D'Alessandro esteve em campo pelo Inter. Os demais figurões levaram o passeio da meninada paranaense.

Na outra fase, Dunga tirou logo de cara dois velhos e colocou o menino Caio e o excelente Scocco. Sai de baixo!

O jogo mudou de água pra vinho e D'Alessandro, ainda com fôlego, comandou a tentativa de virada do placar.

O melhor homem em campo, depois do argentino, era o zagueiro Manoel do Furacão.

Justo ele que rebateu mal, de cabeça, a bola levantada pra área e presenteou Otávio, outro menino bom de bola, pra empatar.

Quem fez o gol do Furacão? Claro que foi ele, o interminável Paulo Baier.



E GALO EM CASA



Todo cuidado é pouco. O Santos, adversário do Atlético neste domingo, no Horto, vem de empate com o Náutico na Vila Belmiro. Por causa disso, está em sexto lugar com 33 pontos.



Sua campanha, como a do Atlético, é bem irregular. Ambos têm oito vitórias e o Peixe soma apenas um ponto a mais que o Galo, oitavo colocado, com 32 pontos.

O planejamento de Cuca, bem utópico, é de entrar no G-4 não pra garantir vaga na Libertadores porque essa ele já tem, como último campeão. Quer o caneco do Brasileiro!

O Santos almeja o G-4 e a vaga na Libertadores. Tem os pés no chão e sabe que pra chegar ao título terá de vencer muito e os da frente perder demais. 



Flávio Anselmo
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