Ao longo dos anos, percebemos que o fascismo de Estado integra o cotidiano das favelas da Serra, com presença ostensiva da PM, tapas na cara
A Brigada Territorial da Serra torna público seu repúdio à ação
truculenta e inadmissível da Polícia Militar nos últimos meses na Comunidade do Aglomerado da Serra, o que levou a morte de dois moradores no dia 19 de fevereiro.
Infelizmente, sabemos que a morte de moradores de aglomerados, ligados ou não ao tráfico de drogas, é reflexo de uma política de Estado, planejada pelo Governo de Minas e executada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública ("Defesa Social"). Nesse contexto, essas intervenções violentas não se resumem a um desvio de conduta de alguns policiais corruptos, facilitadores ou sócios do tráfico, mas está dentro de um plano geral de ação do setor de segurança do Estado.
As Brigadas Populares começou se organizar no Aglomerado da Serra no ano de 2005 e desde então temos lutado contra a violência institucional promovida pelos governos de Aécio Neves e Anastasia. O projeto político destes governadores aposta na política de encarceramento e tortura em massa dos moradores de periferia, ou seja, pretende resolver os problemas relativos à segurança pública massacrando e criminalizando a pobreza.
Ao longo dos anos, percebemos que o fascismo de Estado integra o cotidiano das favelas da Serra, com presença ostensiva da PM, tapas na cara, cobrança de propinas no circuito da cocaína, abordagens violentas e assassinatos de moradores, sobretudo jovens negros. Se de um lado o Estado apregoa uma doutrina de polícia comunitária e preventiva (ex. Batalhão GEPAR), do outro, mostra sua verdadeira face repressiva com a ação violenta e corrupta dos próprios agentes de polícia (ex. Batalhão ROTAM). Isso sem mencionar a penetração cada vez mais evidente do crime organizado no seio do próprio Estado, com o envolvimento de autoridades no paramilitarismo, mal chamado de "milícias".
O assassinato brutal de Renilson e "Jefim" pela Política Militar trouxe à tona uma revolta que se encontrava silenciosa dentro da comunidade, que sempre, repetimos, sempre, foi tratada como um território de exceção pelo Governo Estadual, no qual os direitos civis e humanos são cotidianamente desrespeitados em nome de uma Política de Segurança Pública conservadora e repressiva. A polícia sente-se no direito de invadir as casas dos moradores sem mandado judicial e de inclusive matar, aplicando penas sumárias por sua própria conta e divulgando a idéia de que "tudo é em nome da ordem". Somente em 2011, foram mais de 15 homicídios perpetrados pela PM, na calada da noite, sem os holofotes que agora escancaram essa dura realidade.
Em verdade, a criminalização da pobreza, inclusive com consequentes mortes nas periferias, faz parte do cotidiano daqueles que de fato vivem e convivem diariamente com a segregação sócio espacial urbana que, importante que se diga, somente será superada com a transformação profunda da sociedade.
A polícia é preparada para agir assim, ela se forma dentro de um Estado que indica a cor, a idade, a classe, a característica física e o local de moradia do suposto criminoso. Sempre se baseando nessa formação ideológica insculpida desde sua origem, a instituição Polícia Militar age de forma violenta e numa direção, a pobreza. Impossível desvincular, desse modo, violência urbana e segregação urbana.
A mídia burguesa ressaltou a revolta dos moradores, a queima de ônibus, resultado da indignação legítima de uma comunidade vítima de um massacre. Agora, tentarão tratar a morte de inocentes como um "erro" individual dos policiais que as executaram. Isso acoberta o verdadeiro promotor do massacre, o Governo de Minas Gerais. Esta manobra tenta dar legitimidade ao Estado, e promove a sensação equivocada de que a Política de Segurança está certa, apesar dos "abusos" cometidos. A mídia promove, assim, um segundo massacre, o massacre contra a verdade. Mesmo se os policiais executores forem condenados, estes crimes permanecerão impunes, pois os verdadeiros "mandantes" continuarão gozando de seus plenos poderes, na monumental Cidade Administrativa.
A Brigada Territorial do Aglomerado da Serra esta empenhada na luta contra a violência institucional. Destacamos o papel fundamental da organização popular na defesa das comunidades de periferia. A BP do Aglomerado da Serra, conjuntamente com as entidades e lideranças do Aglomerado, está organizando uma campanha de resistência aos massacres, apostando no protagonismo da comunidade e na ação consciente do povo.
Oportunamente, nos solidarizamos com os familiares e amigos de Renilson e Jefferson.
Pelo fim da criminalização dos pobres e da pobreza!
Pela retirada imediata da PM do Aglomerado da Serra!
Pela responsabilização direta do Governo de Minas Gerais pelo massacre no Aglomerado da Serra!
Brigada Territorial do Aglomerado da Serra – desde 2005, construindo o Poder Popular.
Infelizmente, sabemos que a morte de moradores de aglomerados, ligados ou não ao tráfico de drogas, é reflexo de uma política de Estado, planejada pelo Governo de Minas e executada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública ("Defesa Social"). Nesse contexto, essas intervenções violentas não se resumem a um desvio de conduta de alguns policiais corruptos, facilitadores ou sócios do tráfico, mas está dentro de um plano geral de ação do setor de segurança do Estado.
As Brigadas Populares começou se organizar no Aglomerado da Serra no ano de 2005 e desde então temos lutado contra a violência institucional promovida pelos governos de Aécio Neves e Anastasia. O projeto político destes governadores aposta na política de encarceramento e tortura em massa dos moradores de periferia, ou seja, pretende resolver os problemas relativos à segurança pública massacrando e criminalizando a pobreza.
Ao longo dos anos, percebemos que o fascismo de Estado integra o cotidiano das favelas da Serra, com presença ostensiva da PM, tapas na cara, cobrança de propinas no circuito da cocaína, abordagens violentas e assassinatos de moradores, sobretudo jovens negros. Se de um lado o Estado apregoa uma doutrina de polícia comunitária e preventiva (ex. Batalhão GEPAR), do outro, mostra sua verdadeira face repressiva com a ação violenta e corrupta dos próprios agentes de polícia (ex. Batalhão ROTAM). Isso sem mencionar a penetração cada vez mais evidente do crime organizado no seio do próprio Estado, com o envolvimento de autoridades no paramilitarismo, mal chamado de "milícias".
O assassinato brutal de Renilson e "Jefim" pela Política Militar trouxe à tona uma revolta que se encontrava silenciosa dentro da comunidade, que sempre, repetimos, sempre, foi tratada como um território de exceção pelo Governo Estadual, no qual os direitos civis e humanos são cotidianamente desrespeitados em nome de uma Política de Segurança Pública conservadora e repressiva. A polícia sente-se no direito de invadir as casas dos moradores sem mandado judicial e de inclusive matar, aplicando penas sumárias por sua própria conta e divulgando a idéia de que "tudo é em nome da ordem". Somente em 2011, foram mais de 15 homicídios perpetrados pela PM, na calada da noite, sem os holofotes que agora escancaram essa dura realidade.
Em verdade, a criminalização da pobreza, inclusive com consequentes mortes nas periferias, faz parte do cotidiano daqueles que de fato vivem e convivem diariamente com a segregação sócio espacial urbana que, importante que se diga, somente será superada com a transformação profunda da sociedade.
A polícia é preparada para agir assim, ela se forma dentro de um Estado que indica a cor, a idade, a classe, a característica física e o local de moradia do suposto criminoso. Sempre se baseando nessa formação ideológica insculpida desde sua origem, a instituição Polícia Militar age de forma violenta e numa direção, a pobreza. Impossível desvincular, desse modo, violência urbana e segregação urbana.
A mídia burguesa ressaltou a revolta dos moradores, a queima de ônibus, resultado da indignação legítima de uma comunidade vítima de um massacre. Agora, tentarão tratar a morte de inocentes como um "erro" individual dos policiais que as executaram. Isso acoberta o verdadeiro promotor do massacre, o Governo de Minas Gerais. Esta manobra tenta dar legitimidade ao Estado, e promove a sensação equivocada de que a Política de Segurança está certa, apesar dos "abusos" cometidos. A mídia promove, assim, um segundo massacre, o massacre contra a verdade. Mesmo se os policiais executores forem condenados, estes crimes permanecerão impunes, pois os verdadeiros "mandantes" continuarão gozando de seus plenos poderes, na monumental Cidade Administrativa.
A Brigada Territorial do Aglomerado da Serra esta empenhada na luta contra a violência institucional. Destacamos o papel fundamental da organização popular na defesa das comunidades de periferia. A BP do Aglomerado da Serra, conjuntamente com as entidades e lideranças do Aglomerado, está organizando uma campanha de resistência aos massacres, apostando no protagonismo da comunidade e na ação consciente do povo.
Oportunamente, nos solidarizamos com os familiares e amigos de Renilson e Jefferson.
Pelo fim da criminalização dos pobres e da pobreza!
Pela retirada imediata da PM do Aglomerado da Serra!
Pela responsabilização direta do Governo de Minas Gerais pelo massacre no Aglomerado da Serra!
Brigada Territorial do Aglomerado da Serra – desde 2005, construindo o Poder Popular.
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