Campanha de legalização da nova organização política brasileira: a Unidade Popular pelo Socialismo

                                                              


Após meses de intensa preparação e debates acerca de aspectos políticos e organizativos, movimentos sociais, organizações de trabalhadores e de juventude iniciaram a construção e a campanha de legalização de uma nova ferramenta política, de esquerda, anti-imperialista e de defesa intransigente do socialismo.

A organização, que será registrada no Tribunal Superior Eleitoral – TSE, terá o nome de Unidade Popular pelo Socialismo e adotará a sigla UP.

O processo de legalização de um partido político no Brasil precisa enfrentar diversos desafios burocráticos. São regras aprovadas no sentido de privilegiar os partidos que contam com muito dinheiro e são financiados pelos capitalistas. É preciso a participação e dedicação de toda a militância comprometida com a luta socialista para realizar a legalização da UP.
                                                         
Para Leonardo Péricles (foto), presidente da comissão executiva da UP e importante militante da luta por moradia em Minas Gerais: "O processo que iniciamos agora é de diálogo e luta conjunta com todos os que têm compromisso com a transformação revolucionária do Brasil. Para nós, a Unidade Popular pelo Socialismo pode se transformar em uma esperança para aqueles que acreditam na luta popular como método principal de fazer política e transformar as injustiças sociais".

Durante essas eleições, a militância da UP fortalecerá a campanha de coleta de assinaturas e a preparação, para o primeiro semestre de 2015, de um Encontro Nacional que definirá o programa e o estatuto definitivos da organização e para o qual estão sendo convidados todos os que se identificam com a esquerda revolucionária.

O site da UP já está no ar e contêm outras informações: www.unidadepopular.com.br

 Manifesto de Fundação

"Quase 30 anos após o fim da ditadura militar, o Brasil segue padecendo de graves problemas sociais. Nosso povo permanece em condições de exploração enquanto uma pequena minoria de famílias capitalistas, menos de 1% da população, se apropria da grande maioria das riquezas produzidas no país, juntamente com os monopólios e instituições financeiras estrangeiras.

As profundas mudanças sociais pelas quais o nosso povo luta desde o fim do século XIX permanecem por se realizar: as terras permanecem concentradas nas mãos de uma pequena minoria de ruralistas, enquanto os trabalhadores camponeses reclamam a Reforma Agrária para permanecer no campo plantando e colhendo, preservando a natureza e a qualidade dos alimentos; as reservas naturais e as principais empresas que geram riquezas permanecem sob o monopólio de uma minoria de capitalistas, muitas vezes estrangeiros , enquanto os trabalhadores reclamam a nacionalização das reservas naturais, a estatização das empresas e salários dignos com efetiva justiça social. O resultado de tudo isso é que vivemos em um dos países com maior concentração de riqueza do mundo.

Além disso, vivemos um momento de grave crise econômica do sistema capitalista e os monopólios, bancos e países imperialistas tentam fazer com que o povo e os trabalhadores paguem todos os custos dessa crise.

Também tratam de resolver o problema dos mercados internacionais mediante a escravização dos povos fracos, do aumento da pressão colonial e da realização uma nova partilha do mundo por meio da guerra. É para aplicar este programa reacionário que se estão gestando iniciativas fascistas.

As manifestações de rua que acontecem no Brasil desde o ano passado e ficaram registradas como as jornadas de junho mostraram que o povo, a juventude e a classe trabalhadora brasileira querem mais e querem, principalmente, que se realizem as transformações há muitos anos prometidas e sempre adiadas. O Brasil se tornou um país muito rico e nosso povo continua vivendo miseravelmente. Não será conciliando com os interesses dos capitalistas que essa situação será transformada.

Para realizar profundas transformações sociais no Brasil e interromper a ofensiva reacionária é necessária a união de todos os setores da esquerda revolucionária, dos socialistas, dos comunistas, e de todos que lutam contra o imperialismo e a exploração capitalista. É necessário formar uma Unidade Popular pelo Socialismo que alicerce a sua atuação na mobilização e luta dos diferentes movimentos.

Uma organização política deste tipo precisa apresentar um programa vinculado à história de lutas da classe trabalhadora e atento à atual situação vivida pelo nosso povo. Um programa que defenda o Poder Popular como forma de superar o velho formalismo representativo, corrompido e vendido, que vigora em nosso país.

Um programa que defenda o Socialismo, a justiça social e a fraternidade entre as pessoas como forma de superar o atual regime de exploração. Poder Popular e Socialismo é a fórmula que sintetiza esse programa.

O processo de construção dessa Unidade Popular pelo Socialismo que ora se inicia é de diálogo e luta conjunta com todos que desejam a transformação social. É um passo a mais na luta do povo brasileiro pela sua libertação e reivindica a experiência histórica da Aliança Nacional Libertadora - ANL e da Insurreição popular de 1935, episódio, dentre tantos outros, que comprovou a disposição de luta e a consciência política que de fat o tem o povo brasileiro. Reivindica, também, a memória dos heróis que foram torturados e assassinados na luta para derrotar a ditadura militar brasileira. Lembrando o nome do comunista revolucionário Manoel Lisboa de Moura, lembramos de todos aqueles e aquelas sem os quais não seria possível a luta atual.

Viva a Unidade Popular!
Pelo Poder Popular e o Socialismo!"
 (Com A Verdade)

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