Os 20 anos do Plano Real:
Uma herança terrível para os trabalhadores brasileiros
Edmilson Costa [*]
O Plano Real completou no último mês julho duas décadas, com os aplausos e euforia da mídia corporativa e dos escribas a serviço do grande capital, todos procurando vender uma imagem salvadora do Real, como plano que tirou o País da escalada inflacionária, levou à estabilidade e ao progresso econômico e social do Brasil. Para consolidar esse imaginário, os grandes jornais elaboraram cadernos especiais, onde um seleto grupo de idealizadores do Plano Real elaborou avaliações positivas sobre sua trajetória e do governo Fernando Henrique Cardoso, afirmando que o Real foi uma iniciativa para modernizar o Estado, aumentar a competitividade das empresas e construir um novo caminho para a economia brasileira.
Ao contrário do que os meios de comunicações procuram divulgar, o Plano Real foi uma tragédia para o conjunto dos trabalhadores e para a economia nacional. Em contrapartida, um paraíso para os banqueiros nacionais e internacionais, os especuladores financeiros, os grandes monopólios e o agronegócio. Enquanto os salários eram reduzidos a cada ano, o desemprego aumentava extraordinariamente e a renda [NR] se concentrava, as grandes empresas, as empresas agrícolas e pecuárias e, principalmente, os bancos ganhavam rios de dinheiro e se apropriavam do patrimônio nacional a preços irrisórios.
(*) Edmilson Costa é doutor em economia, com pós-doutorado pelo Instituto de Ciências Humanas pela Unicamp. É também professor universitário e membro do Comitê Central do PCB.
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