Governo grego convoca referendo sobre plano de resgate da UE para 5 de julho
Premiê Alexis Tspiras afirmou que “Eurogrupo propôs um acordo que viola a dignidade do povo grego” e chamou as condições de “humilhantes”.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou nesta sexta-feira (26) que convocará um referendo para o próximo 5 de julho para que a população defina os rumos do país diante do impasse com os credores e a possibilidade de um calote.
A data é posterior ao prazo-limite, 30 de junho, estabelecido pelos credores para o pagamento de uma parcela de empréstimo recebida pelo país.
“A Grécia é o lugar onde nasceu a democracia e dará uma lição de democracia à Europa”, disse Tsipras durante o discurso feito em Atenas e transmitido pela TV.
De acordo com a televisão grega Skai, o líder grego optou pela consulta popular para cidadãos decidam sobre o acordo com a troika.
O anúncio é feito após uma semana de reuniões com a Comissão Europeia nas quais não se chegou a um acordo sobre o futuro financeiro do país.
O primeiro-ministro grego afirmou que “o Eurogrupo propôs hoje um acordo que viola a dignidade do povo grego” e chamou as condições de “humilhantes”. Assim, na consulta popular constará a seguinte pergunta: “Você aceita as medidas propostas pelas Instituições Europeias?”
Tsipras, assim como seu partido, Syriza, deixou claro ser contra as propostas, mas ressaltou que ele adotará as medidas caso a Grécia as aprove.
Entenda o caso
Nesta sexta, o governo grego rejeitou a prorrogação de cinco meses oferecida pelos credores por considerar que exige a adoção de novas medidas que provocariam uma forte recessão como condição para conseguir um financiamento "completamente insuficiente".
"Se o governo e o parlamento aprovassem esta proposta, os cidadãos e os mercados entenderiam que se aproxima um período de cinco meses de recessão, o que levaria a outra negociação em condições de crise", disseram fontes do governo, segundo a Agência Efe.
Neste sábado (27), a troika — Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia (CE) — irá pressionar Atenas em Bruxelas, Bélgica, para o pagamento de sua dívida, na tentativa de afastar os riscos de um potencial calote e por fim ao impasse nas negociações entre todas as partes.
Atenas tem até a próxima terça-feira (30) para pagar 1,5 bilhão de dólares ao FMI. Contudo, o governo grego — encabeçado pelo partido de esquerda Syriza — ainda está negociando a possibilidade de um novo empréstimo no valor de 7,2 bilhões de euros, em troca de reformas orçamentárias.
Uma das principais exigências dos credores é o corte no setor previdenciário, algo a que os ministros do Syriza radicalmente se opõem.
(Com o Opera Mundi)
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