“Visita de senadores brasileiros à Venezuela é provocação política”, diz Fernando Morais
Em entrevista à emissora venezuelana TeleSur, o escritor Fernando Morais criticou a comitiva, e afirmou que Aécio Neves nunca se interessou em defender os direitos humanos
Na última quinta-feira (18), uma comitiva com senadores da oposição brasileira voaram até Caracas para denunciar possíveis violações de direitos humanos por parte do governo Nicolás Maduro contra o oposicionista Leopoldo Lopez.
O grupo era liderado pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) e foi até a capital venezuelana em um avião fornecido pela Força Aérea Brasileira (FAB). O avião pousou no aeroporto Simon Bolivar, mas o grupo não conseguiu se reunir com os opostitores por conta de um bloqueio na estrada causado por manifestantes pró-Maduro.
O Senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) chegou a dizer que a van onde estava a comitiva foi alvejada por pedras e prometeu postar um vídeo da agressão. Depois voltou atrás e argumentou que não havia filmado o ocorrido.
Em entrevista à emissora venezuelana TeleSur, o escritor Fernando Morais criticou a comitiva, que classificou como “provocação política” contra os governos venezuelanos e brasileiros.
“Esta visita é uma provocação política não apenas contra a Venezuela, mas contra o governo do Brasil. Aécio disse muito claramente que ‘estamos fazendo aquilo que não fez o governo brasileiro’. Ele tem que por na cabeça que perdeu as eleições, a política externa brasileira quem determina é a presidente da República”.
O escritor também lembrou que o senador mineiro nunca se interessou nos assuntos envolvendo a defesa dos direitos humanos.
“Em oito anos como deputado federal, oito anos como senador, oito anos como governador de Minas, [Aécio Neves] nunca abriu a boca para defender direitos humanos em parte alguma do planeta. Nunca falou sobre a prisão de Guantánamo, onde estão quase 900 afegãos e iraquianos, há 13 anos, sem nenhum processo judicial e submetidos a torturas brutais”.
Nas redes sociais, internautas lembraram que a família Caiado consta na lista suja do trabalho escravo. O tio do senador foi considerado responsável por submeter quatro pessoas a condições degradantes e a jornadas exaustivas na produção de carvão em sua fazenda em Nova Crixás, cidade localizada a 400 km de Goiânia e um dos redutos eleitorais da família. (Com o Brasil de Fato)
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