O colunista social Jeff Thomas conta história da high society brasileira

                                                                                  

Claudia Sanches


O colunismo social acabou. Essa é a opinião de Jeff Thomas, RG Francisco de Assis Vera, que nasceu no Rio Grande do Norte, mas morou três anos em Londres e adotou a Inglaterra como pátria. Figura folclórica na cidade do Rio, o colunista social brinca que nasceu em natal, “por acidente geográfico”: “Eu deveria ter nascido em London, mas a cegonha errou me deixou lá”.

Segundo Astregégilo de Athaide, Jeff tem a graça, a ironia e o senso de humor que o fazem confraternizar e ser mais entendido muito mais junto à Abadia de westminster do que no panorama de Petrópolis de Natal.

— Todos os anos Thomas vai a Londres, hóspede de Lordes amigo, receber o carinho de “ladies” tão diferentes das meninas de pele queimada do país que lhe serviu de berço.

No livro “Apagão no Society no Colunismo Social- Ascenção e Queda”, o escritor conta  os bastidores dos colunáveis do Brasil. Segundo Jeff, “Os Golden Years” acabaram junto com os grandes jornais. No Brasil:

— Existem mais de mil colunistas sociais. O colunismo social só acabou mesmo porque os grandes jornais fecharam, e só ficou o poderoso “O Globo”,  onde não existem mais colunas sociais em suas páginas.

By Jeff Thomas - Apagão no Societyp

Na obra, que ele chama de autobiografia, ele traça a história do nascimento do colunismo no país. O pioneiro foi Jacinto de Thomas, neto do ex Chanceler Lauro Muller, depois seguido de Ibrahim Sued, um turco emergente da Baixada Fluminense, filho de feirante. Ibrahim se transformou num fenômeno da reportagem social na quarta página de “O Globo”, popularizando esse tipo de jornalismo chamado de Colunismo Social. 

Jeff Thomas estreia na profissão no governo de Juscelino, no jornal “Diário da Noite”, de Assis Chateaubriand. A primeira reportagem de Jeff foi “O que bebem e cobrem os grã-finos”, quando ele procura entre os melhores restaurantes do Rio, entre eles, o “Bife de Ouro”, do Copacabana Palace, onde estabelece amizade com a high society.

No capítulo quatro, o jornalista cita os colunáveis mais famosos, entre eles, Tônia Carreiro, o Presidente Juscelino, Miele, Marta Rocha, Carmem Myrink Veiga e a presidente Dilma. Enquanto conta suas passagens pela high society, ele viaja pela história do Brasil, e revela como conhecia os bastidores do poder. 

Nos capítulos seguintes, ele cita os colunáveis notáveis, como Danusa Leão, o jurista Bernardo Cabral e Jorge Guinle. Dois colunáveis são citados como destaques na vida carioca, dom Orani Tempesta e Carlos Alberto Serpa, eleito em 2014 uma das personalidades da Cidadania, Fernanda Montenegro e José Mariano Beltrame.
                                                                       
Na segunda parte do livro o escritor lembra o Rei da Espanha Jan Carlos, o Conde Riviera e Fidel Castro. E lembra seu encontro com Prestes logo que o líder comunista deixou o exílio em Moscou através do arquiteto Oscar Niemeyer.

O anglo-potiguar tem seis livros publicados, mora em Copacabana e alimenta dois sonhos: morar em Londres e garantir a imortalidade na Academia Brasileira de Letras (ABL). O escritor conhece a sede da Coroa Britânica tão bem quanto o bairro carioca onde vive há 40 anos, declara cultivar amizades com a nobreza e falar inglês como o príncipe de Gales – com quem, garante, costuma bater papo enquanto enxugam copos de gin tônica. (Com a Associação Brasileira de Imprensa)


Comentários