Comissões Operárias e União Geral dos Trabalhadores promovem manifestações na Espanha contra cortes sociais do governo



                                                                         

Os dois principais sindicatos de Espanha, Comissões Operárias (CC.OO.) e a União Geral de Trabalhadores (UGT), realizarão hoje manifestações em todo o país contra os cortes sociais do governo conservador de Mariano Rajoy.

  Sob o lema "Não te cales", defenda seus direitos, as duas maiores centrais sindicais por número de filiados convocaram mobilizações em 58 cidades espanholas, como parte de uma campanha de protesto sustentada, que continuará após o verão.

Os secretários gerais das CC.OO., Ignacio Fernández Toxo, e da UGT, Cándido Méndez, encabeçarão a marcha de Madri, que começará nesta noite na praça de Netuno e continuará pela rua de Alcalá até encerrar na emblemática Porta do Sol.

Ambas as organizações criticaram o governo do direitista Partido Popular (PP) por se negar a negociar um acordo pela reativação econômica, o emprego e a coesão social, que envolva todas as forças políticas parlamentares e as instituições do Estado.

Esse seria o melhor caminho para recuperar a confiança e estabelecer uma saída mais justa e equilibrada da crise, sublinharam em um comunicado.

A administração do PP, no entanto, prefere conversar com a chanceler alemã, Angela Merkel, e com a direita europeia para tentar satisfazer os mercados e instituições financeiras sem consegui-lo, denunciaram as centrais operárias.

Indicaram que após quase seis meses no poder, o governo de Rajoy não para de fazer ajustes e colocou em marcha um descarado programa de reformas, com a única obsessão de conter o déficit e acabar com os direitos trabalhistas, sociais e democráticos.

As manifestações desta quarta-feira produzem-se um dia antes do Senado votar as emendas à reforma trabalhista, como passo prévio a sua aprovação definitiva no Congresso dos Deputados (Câmera baixa).

As CC.OO. e a UGT recordaram que essa reforma foi aprovouada sem negociação nem consulta com os interlocutores sociais.

Na sua opinião, as impopulares mudanças introduzidas pelo PP no mercado trabalhista são o maior golpe ao direitos trabalhistas na democracia, ao baratear e facilitar a demissão, reforçando o poder do empresário e consolidar a precariedade no emprego.

Fernández Toxo e Méndez advertiram na última segunda-feira que as manifestações continuarão para além do verão, porque o Governo, segundo seu critério, elegeu um cenário de confronto e recusa o diálogo.

Reiteraram seu chamado à realização de um referendo para que os cidadãos se expressem sobre as políticas de austeridade aplicadas pelo Palácio de Moncloa (sede do poder central).

A convocação da manifestação chega em um momento no qual a Espanha se encontra no foco dos mercados, em seu diferencial de dívida com relação a Alemanha e na rentabilidade de seus bônus soberanos.

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