II Fórum Mundial da Mídia Livre denuncia violências contra jornalistas curdos
Aconteceu neste final de semana, dias 16 e 17 de junho, o 2º Fórum Mundial de Mídia Livre, parte das atividades da Cúpula dos Povos, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. O encontro que reúniu midiativistas, coletivos e movimentos sociais da América Latina, Canadá, China, Europa e África, jornalistas e colaboradores do processo de democratização da comunicação, teve uma mesa na manhã de sábado (16) sobre o direito à comunicação e a mídia livre como trincheira de luta dos povos.
Yilmaz Orkan, vice-presidente de relações internacionais e desenvolvimento da Kon-kurd (Confederação de Associações dos Curdos na Europa), apontou a necessidade de os meios alternativos difundirem as violências sofridas pelos curdos e a censura por que passam. Segundo contou, seu país foi dividido em quatro após a Primeira Guerra Mundial. Uma parte agora está sob domínio turco.
Como forma de evitar que suas reivindicações por independência sejam ouvidas e o mundo tome conhecimento de sua causa, Orkan afirmou que "a internet está proibida ao povo curdo". A repressão teria resultado no assassinato de 66 jornalistas de um único veículo e condenação do diretor desse meio de comunicação, intitulado "Livre e atual", a 147 anos de prisão. Na tentativa de furar o cerco midiático, o movimento abriu um canal de TV na Dinamarca, mas "o governo turco interveio através da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e conseguiu seu fechamento".
Ele destacou que a publicação em alguns portais de comunicação livre, como na Ciranda Internacional da Comunicação Compartilhada, que divulgou dois artigos sobre o povo curdo, levaram à procura de interessados em conhecerem sua realidade. Assim, lembrou a importância da solidariedade internacional, inclusive no campo das mídias livres.
A importância de se cultivar mídias livres foi manifestada pela plateia, que lembrou a importância da comunicação democrática como trincheira de luta dos povos sem estado - entre os quais, ainda, os saarawis e palestinos, que vivem sob ocupação há décadas. Tal caminho é fundamental para desconstruir estereótipos e divulgar a opressão e humilhação cotidianas a que são submetidos. (Com a Rede Democrática)
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