O discurso do presidente de Cuba, Raul Castro Ruz no funeral de Nelson Mandela
I N T E R N A C I O N A I S
Havana, 11 de Dezembro, de 2013
Mandela é um exemplo insuperável para a América Latina e o Caribe
Discurso pronunciado pelo presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros da República de Cuba, general-de-exército, Raul Castro Ruz, no funeral do líder histórico sul-africano Nelson Mandela, em Joanesburgo, em 10 de dezembro de 2013
• Presidente Jacob Zuma:
Familiares de Nelson Mandela:
Altos dignitários:
Irmão povo da África do Sul:
Rendemos emocionado tributo a Nelson Mandela, quem é reconhecido como símbolo supremo de dignidade e de consagração sem claudicar à luta revolucionária pela liberdade e a justiça; como um profeta da unidade, a reconciliação e a paz.
Junto aos seus companheiros de luta, dirigiu seu povo na batalha contra o apartheid, para abrir o caminho rumo a uma África do Sul, não racial e unida na procura da felicidade, a igualdade e o bem-estar de todos seus filhos, para superar as sequelas do colonialismo, a escravidão e a segregação racial.
Exemplo de integridade e perseverança, liderou depois o esforço dirigido à eliminação da pobreza, a redução da desigualdade e a criação de oportunidades para todos.
Mandela é um exemplo insuperável para a América Latina e o Caribe, que avançam rumo à unidade e a integração, em benefício de seus povos, respeitosos de sua diversidade, com a convicção de que o diálogo e a cooperação são o caminho para a solução das diferenças e o convívio civilizado daqueles que pensam diferente.
A Humanidade não poderá responder aos colossais desafios que ameaçam sua própria existência, se não o faz mediante uma nova comunhão de esforços entre todas as nações, como a vida de Mandela preconiza.
Cuba, que leva em suas veias sangue africano, surgiu na luta pela independência e pela abolição da escravatura e, posteriormente, teve o privilégio de combater e construir junto às nações africanas.
Jamais esqueceremos a empolgante homenagem de Mandela a nossa luta comum, quando nos visitou, em 26 de julho de 1991, e disse: "o povo cubano ocupa um lugar especial no coração dos povos da África".
Eu lembro sua entranhável amizade com Fidel Castro, ícone da irmandade entre africanos e cubanos, quem expressou: "Nelson Mandela não passará à história pelos 27 anos consecutivos que viveu ali encarcerado, sem jamais abrir mão de suas ideias; passará porque foi capaz de arrancar de sua alma todo o veneno que pôde ter criado tão injusto castigo; pela generosidade e a sabedoria com que na hora da vitória, já impossível de parar, soube liderar tão brilhantemente seu abnegado e heróico povo, conhecendo que a nova África do Sul jamais poderia ser construída sobre alicerces de ódio e de vingança".
Honra e glória eternas a Nelson Mandela e ao heróico povo da África do Sul!
Muito obrigado.
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