Trincheira do Flávio Anselmo
AZUIS PEGAM ABC PELA COPA DO BRASIL SEM TIRAR FOCO DO INTER NO SÁBADO
Devido respeito ao ABC de Natal, que não se encontra nas quartas de final da Copa do Brasil por acaso. Tá bom! Porém, o jogo é em casa e qualquer tropeço aqui ainda dará condições de reabilitação na partida de volta em Natal. Portanto, é justo que o Cruzeiro entre com uma equipe mesclada esta noite no Mineirão porque qualquer leigo vê desgaste físico e psicológico em várias peças importantes do time. Por exemplo, o trio Ricardo Goulart, Everton Ribeiro e Marcelo Moreno, além do lateral Maike estão no limite.
A realidade é que no sábado, contra o Internacional, vice-líder, seis pontos atrás do Cruzeiro, o time de Marcelo Pacote Oliveira precisa estar na ponta dos cascos. Uma derrota, fora dos planos azuis, colocaria fogo na caminhada em busca do bicampeonato visto que a diferença se reduziria a três pontos. Que o Cruzeiro jogue contra o ABC hoje à noite no Mineirão, fazendo um treino de luxo, pelo bem ou pelo mal, pra ficar bem resguardado e focado no colorado gaúcho. Que Pacote bote os meninos esfomeados no gramado logo.
HORA DA DESFORRA - Chegou a hora da desforra, e o momento é próprio pra isso. Cheio de moral após tirar o Corinthians do G-4 e ocupar o seu lugar, com uma boa série invicta e surpreendendo todos adversários com a velocidade de sua equipe mesclada, o Galo Doido pega o Timão, no Itaquerão, nesta quinta-feira, no jogo de ida pelas quartas de final da Copa do Brasil. É a hora da desforra porque os corintianos têm sido o grande carrasco dos atleticanos : em seis disputas foram seis eliminações.
No Brasileirão, o Galo Doido tem quatro vitórias seguidas enquanto o Timão paulista vem de duas derrotas, caiu fora do G-4 e seu treinador Mano Meneses está na berlinda. As eliminações impostas pelos paulistas aos mineiros foram nas quartas de final do Brasileiro de 1990, semifinal do Brasileiro de 94, oitavas de final da Copa Brasil de 97, decisão do Brasileiro de 99, quartas de final da Libertadores de 2000 e quartas de final do Brasileiro de 2002.
LEVIR TIRA LEITE DE PEDRA: A expressão que os analistas de futebol gostam muito de repetir, "tirando leite de pedra", serve perfeitamente pra nomear o trabalho que Levir Culpi tem feito nessa sua nova passagem pelo Atlético. Rapaz, fazer uma equipe capaz de sair lá da rabeira do campeonato brasileiro e figurar alguns jogos depois no seleto clube do G-4. O Galo já tem 43 pontos e 12 vitórias. E o treinador nunca teve o elenco completo à sua disposição e por isso, recorreu à divisão de base do clube encontrando resposta imediata às necessidades que tinha pra montar uma equipe. Poucos acreditaram no sucesso desta montagem.
As coisas vieram acontecendo aos poucos. No princípio, o discurso do Levir era de que o time ia bem, mas negava fogo na hora da finalização. Que as bolas dos adversários tinham sempre a direção das redes do Atlético e os chutes atleticanos no máximo acertavam as traves. As coisas foram mudando e os ventos favoráveis vieram. Na última partida, contra o Vitória de Salvador, no Horto, a torcida recorde achou que a má fase estava de volta. A bola não entrava, apesar da excelente atuação de Diego Tardelli, Guilherme, Marcos Rocha e, enfim, quase todo time. Veio só no segundo tempo, quase no final, quando Guilherme e Tardelli marcaram a vitória por 2 a 0 e que trouxe o galo de volta pro G-4.
O treinador alvinegro sabe que perderá Tardelli pra seleção brasileira por uns três jogos importantes, porém teve a boa notícia da liberação do Departamento Médico dos jogadores Dátolo, Luan, Jô e Marion. Estarão já a disposição de Levir pro jogo contra o Corinthians, em São Paulo, pela Copa do Brasil.
Seguirão no DM: o volante Rafael Carioca, com estiramento na coxa e que tem sido bem substituído por Leandro Donizete. No meio da zaga, ainda estão em recuperação Rever e Emerson, que não fazem falta com a segurança de Jemerson, outro garoto da base. Lucas Cândido, Pedro Botelho, Maicosuel e Claudinei, outros lesionados não liberados. É gente d
MINISTÉRIO PÚBLICO CONTRA-ATACA- Pelo meu gosto o banimento das torcidas organizadas jamais seria temporário. Seria uma medida legal, votada no Congresso Nacional e com sanção da Presidência da República. Só que o pessoal lá de cima tem medo de que tais decisões acabem no Supremo Tribunal Federal por ferir algum direito do cidadão previsto na Constituição Federal. Duvido. A nossa carta máxima protege o cidadão contra medidas que privem seus direitos individuais, sem que haja um processo legal, com ampla defesa. No caso das organizadas, não é tirado o direito do cidadão de Bem se reunir. Eles se reúnem, mas quando estas associações transformam-se em quadrilhas de vândalos e assassinos não existe nenhuma cobertura constitucional.
ESSAS ORGANIZADAS há anos, desde quando foram inventadas, não se sabe por quem, mascararam-se de entidades filantrópicas, ou transformaram-se em entidades secretas, sem donos, perigosas e vivendo longe do alcance da lei. Foi preciso que cometessem vários desatinos, mortes, atos de vandalismo praquê a sociedade tomasse providência através de seus órgãos de representação: a mídia, que os denunciou; o Ministério Público que despertou do seu marasmo e a Justiça morosa que resolveu caminhar, lentamente, alguns passos.
SÓ SÓCIOS TORCEDORES - É preciso que a ação da Justiça ande mais depressa. Que puna os culpados e pregue suas caras na Imprensa, pra mostrá-los à sociedade e pra que ela se livre deles. Os acontecimentos do último Atlético e Cruzeiro criam uma expectativa de punição apenas para os clubes, os menos culpados na história. Já fizeram de tudo, inclusive com grandes perdas financeiras pra se livrarem deste câncer.
A melhor sugestão esta Trincheira tenha dado outro dia: não se vender mais ingressos nas bilheterias nem anonimamente. Torcedor que quiser ingresso pra qualquer jogo terá de apresentar carteirinha de sócio-torcedor, fichado no clube, com setor estabelecido no ingressos, sem poder mudar de lugar. Melhor, ainda, que na entrada apresente sua carteira de identidade que será cadastrada num desses aparelhos que usam nos aeroportos.
MP SUSPENDE ORGANIZADAS - A repercussão dos atos de selvageria cometidos por torcidas organizadas e torcedores bandidos isolados no último clássico Cruzeiro e Atlético azedou as relações que o MP tentava manter com as entidades. O Ministério Público deu o troco nesta segunda-feira, porque alguns problemas voltaram a acontecer no jogo Atlético x Vitória, com rojões explodindo. As organizadas foram convocadas pra uma audiência na Promotoria de Justiça da Capital e tomaram conhecimento de que a Máfia Azul, Pavilhão Independente - do Cruzeiro - e a Galoucura, do Atlético estão banidas temporariamente dos estádios nacionais e dos seus arredores, num raio de cinco quilômetros nos dias de jogos. A decisão vale por seis meses e se estende, também, por cinco clássicos futuros entre os dois clubes.
As medidas punitivas, no meu entendimento, são mínimas pelo tamanho do estrago que as organizadas fizeram. O banimento, por se tratar de atos repetidos diversas vezes, apesar do termo de adequação firmado entre o MP e as organizadas, deveria ser perpétuo. Elas terão o direito de defesa, claro, num prazo de 30 dias. Essa medida do MP, chamada de Educativa - kkkkkkk- pra gente sem educação, restringe os elementos vinculados às organizadas de usar qualquer vestimenta, boné, faixa, bandeira, ou o diabo-a-quatro alusivos à sua agremiação no período do banimento. Não poderá haver exposição dos nomes das organizadas punidas e nem a cessão de ingressos, conforme a cartolagem gosta de fazer por esse Brasil afora.
COMO EVITAR PRESENÇA DELES? - Este é o problema. Os caras não tem estrela na testa. Podem ir aos jogos como torcedores comuns, comprarem todos ingressos de um só setor se reunirem num canto e provocarem as mesmas confusões. Quem irá identificá-los? Por isso, eu sugiro que o ingresso seja vendido apenas aos sócios-torcedores. Quem quiser tem que associar e lá o clube faz a triagem. Não aceita o pessoal que tá fichado na Polícia como o currículo de fazer inveja a qualquer Al Capone. Nos dias de clássico entre Atlético e Cruzeiro e até nas datas de partidas do clube rival, as organizadas punidas estão proibidas de utilizarem suas sedes, sob risco de multa de R$ 50 mil.
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