No coração de Belo Horizonte, um festival gratuito de arte e cultura popular

                                                                  
I Festival Nacional de Arte e Cultura da Reforma Agrária apresenta à população mineira durante cinco dias atrações culturais de todo Brasil.

Assim questionava a canção “Procissão dos Retirantes”, vencedora do 1º Festival da Reforma Agrária, realizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em 1999, em Palmeira das Missões (RS). Dezessete anos depois, o Movimento realizará o I Festival Nacional de Arte e Cultura da Reforma Agrária, de 20 a 24 de julho, em Belo Horizonte.

Dentre as atrações, estão o II Festival de Música “Da luta brotam vozes de liberdade” e a I Mostra de Poesias, com o tema “Versando a Luta”. As inscrições, encerradas no dia 30 de junho, somaram 105 canções e 195 poemas, de 18 estados do Brasil.

O Festival conta com convidados de peso que celebram o encontro entre campo e cidade. Pereira da Viola, Aline Calixto, Xangai, Chico César, Zé Mulato e Cassiano, Renegado são alguns exemplos de nomes que farão a alegria do público que visitar a Praça da Estação.

O Festival de Música trará 40 canções inéditas para apresentação no Palco Décio Marques, na Praça da Estação, das quais 20 irão compor a gravação de um CD e um DVD. Já a Mostra de Poesia resultará num livro com 60 poemas, que serão declamados nas tardes do Balaio Cultural Cora Coralina, palco da Feira da Reforma Agrária.


A decisão de ampliar o festival decorre da compreensão do MST de que o cultivo da vida, da resistência e da luta pela terra faz brotar manifestações artísticas das mais variadas linguagens.

“O Festival Nacional é um grande convite à sociedade para conhecer de perto o movimento. O evento surge da necessidade de popularizar a pauta da Reforma Agrária, para que as cidades entendam a importância da democratização das terras na produção de alimentos saudáveis”, afirma Ênio Bohnenberger, da Direção Nacional do MST. Ele continua: “temos também a oportunidade de contrapor a difamação que a mídia convencional pratica sobre o MST e o ódio que se alastra como epidemia na atual conjuntura”.

Serão atrações variadas, como um acampamento de lona preta para visitação no centro de Belo Horizonte, a mostra de vídeos e artes plásticas, debates, mais de 15 shows e 7 debates, abrangendo temas como mídia democrática, saúde, agroecologia, cultura, educação e conjuntura política.

Uma das atrações mais esperadas, a Feira da Reforma Agrária trará mais de 160 toneladas de produtos das áreas do movimento, tanto “in natura”, quanto agroindustrializados. A Feira Gastronômica, polo central do evento, terá os pratos típicos de todas as regiões brasileiras, como pato no tucupi, bode assado, arroz com pequi, churrasco, o tradicional tropeiro mineiro, entre outros.

Assim, os participantes terão oportunidade de vivenciar a cultura da luta pela terra e toda riqueza cultivada no campo brasileiro, numa verdadeira celebração político-cultural dos povos brasileiros. 

(Com o MST)

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