A Prova de Fogo: espetáculo retrata luta estudantil contra a ditadura
Chega a Brasília para curta temporada a peça teatral A Prova de Fogo, que faz parte do projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. A apresentação resgata os principais fatos políticos do ano de 1968, às vésperas da edição do Ato Inconstitucional Número Cinco (AI-5), que concedeu poderes extraordinários ao Presidente da República e suspendeu várias garantias constitucionais. O espetáculo será apresentado no Teatro Funarte Plínio Marcos (localizado no Setor de Divulgação Cultural, no Eixo Monumental), neste sábado, 23/9, com entrada franca.
Com texto de Consuelo de Castro e direção de Vera Fajardo, a peça tem 1h15 de duração e será apresentada em quatro seções. O texto relata a história da ocupação do prédio de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), em 1968, e narra os embates sofridos pelos estudantes contra a repressão e as divergências ideológicas dentro do próprio movimento estudantil.
“A Prova de Fogo é um dos mais verdadeiros e importantes documentos do país. Quem desejar entender, no futuro, o que se passou no Brasil, de 1964 a 1968, precisará tomar conhecimento da peça. E ela não ilumina apenas um período, mas todo um processo”, avalia o integrante da Academia Brasileira de Letras e professor titular de História do Teatro Brasileiro da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Sábato Magaldi, considerado um dos mais importantes críticos teatrais do país.
Documentário
Antes da apresentação da peça será exibido o documentário “Os Dias eram assim”, de Vera Fajardo, com 20 minutos de duração. O média metragem traz depoimentos de personagens que vivenciaram o período histórico abordado na peça: Alípio Freire, José Dirceu, Vanderley Caixe, Marcelo Rubens Paiva e Fernando Gabeira.
Comentários