Cresce adesão à greve de bancários; metalúrgicos rejeitam reajuste de 7%
Brasil de Fato/Divulgação |
Funcionários dos Correios vão ao TST e petroleiros agendam paralisação para quarta-feira (26); Trabalhadores se reúnem nesta quinta-feira (20) na avenida Paulista (SP) para reforçar reivindicações
Enquanto bancários em todo o país aumentaram a adesão à greve no segundo dia do movimento, metalúrgicos rejeitaram a proposta de reajuste de 7% apresentada ao setor de autopeças e funcionários dos Correios terão o destino das reivindicações definido no Tribunal Superior do Trabalho (TST), ao passo que a Federação Única dos Petroleiros (FUP) comunicou a realização de uma paralisação de 24 horas na próxima semana. Em São Paulo (SP), trabalhadores dessas categorias se reúnem nesta quinta-feira (20) na avenida Paulista para dar início a uma série de atos que visam a reforçar as campanhas salariais.
Balanço divulgado no fim da tarde de quarta-feira pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) informou que cresceu para 7.324 o número de agências fechadas devido à greve iniciada ontem, quando em 5.132 unidades os trabalhadores aderiram à paralisação. "O movimento está se ampliando rapidamente no Brasil todo. Os banqueiros pagaram pra ver e estão vendo a força da greve, resultado da insatisfação dos bancários diante da ausência de nova proposta da Fenaban que contemple as reivindicações da categoria", afirmou o presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional, Carlos Cordeiro, segundo comunicado divulgado pela entidade.
A categoria cobra 10,25% de reajuste – incluindo o INPC acumulado em 12 meses, até agosto, de 5,39%, e aumento real –, mas os representantes da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceram até agora 6%.
Em São Paulo, o segundo dia foi marcado pelo fechamento dos grandes centros administrativos. “No segundo dia de greve ampliamos o número de trabalhadores que aderiram ao movimento e vamos mobilizar cada vez mais a categoria até que a Fenaban chame para nova negociação e atenda às reivindicações que já definimos nas conferências”, disse a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Moreira. A categoria se reúne amanhã para nova rodada de assembleias, ainda à espera de contraproposta.
Autopeças
Os metalúrgicos ligados à CUT rejeitaram quarta-feira (19) a proposta de 7% de aumento apresentada pelo Grupo 3 (setores de autopeças, forjaria e parafusos). O presidente da Federação Estadual dos Metalúrgicos (FEM-CUT), Valmir Marques, o Biro Biro, adiantou que a proposta será rejeitada porque os trabalhadores não querem fechar acordo com proposta inferior a 8%. “A nossa categoria aprovou aumento real de 2,5% e mais a reposição da inflação. Índices menores não serão aceitos”, afirmou.
No caso do ABC, a decisão é por exigir das empresas que garantam 8% de aumento salarial. Balanço divulgado pelo Sindicato dos Metalúrgicos da região informa que 92 empresas do setor atenderam à reivindicação até esta quarta-feira. Em nota, a entidade informa que as greves nas unidades que não garantirem o reajuste vão “durar o tempo necessário para que todos os trabalhadores da categoria conquistem o mesmo índice”.
CORREIOS
Já no caso dos funcionários dos Correios, será necessária a realização de julgamento pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) depois que fracassou a audiência promovida nesta quarta-feira entre trabalhadores e empregadores. A proposta de conciliação do TST foi de oferecer 5,2% de reajuste salarial (mesmo índice proposto pela ECT, equivalente à variação do IPCA em 12 meses, até julho) mais R$ 80 lineares. O aumento linear "comprometeria a sustentabilidade econômica da empresa", de acordo com alegação feita pelos Correios durante a audiência.
A Fentect estima que 117 mil trabalhadores devem aderir ao movimento. Já os Correios informaram que, em média 91% do efetivo está trabalhando e que a adesão atingiu 10.737 empregados.
PETROLEIROS
Outro setor sobre o qual não houve acordo foi o dos petroleiros. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) rejeitou proposta apresentada hoje (19) pela Petrobras, de 6,5% de reajuste salarial na data-base (1º de setembro), além de abono. “Os sindicatos e a direção da FUP consideraram a contraproposta da Petrobras insuficiente e indicam sua rejeição, bem como greve de 24 horas no próximo dia 26”, afirmou a entidade, em nota. As assembleias nas bases começam amanhã. Os sindicalistas reivindicam 10% de aumento real (além da reposição da inflação).
Ato na avenida Paulista
Os integrantes das quatro categorias se reúnem na avenida Paulista, na região central de São Paulo, para realizar o primeiro de uma série de atos que têm o objetivo de reforçar as campanhas salariais. Além disso, a CUT, Força Sindical e CTB pretendem aumentar a pressão sobre o Legislativo e o governo federal na tentativa de garantir o avanço em propostas de interesse dos trabalhadores.
Um dos objetivos é garantir que a gestão de Dilma Rousseff (PT) negocie a isenção de Imposto de Renda sobre a participação nos lucros ou resultados (PLR). As centrais querem também garantir ainda a aprovação das convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que dispõem sobre o fim da terceirização e a rotatividade.
O segundo ato da série será realizado em Brasília (DF) em 17 de outubro.
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