Bandeira cubana volta a tremular em Washington
Bandeira cubana hasteada na embaixada da ilha em Washington, em cerimônia nesta segunda. Foto: Ismael Francisco/Cubadebate
Cuba - Diário Liberdade - A bandeira cubana foi hasteada em Washington segunda-feira (20), simbolizando a abertura da embaixada de Cuba nos EUA, após mais de cinquenta anos. A cerimônia faz parte dos acordos de reaproximação entre os dois países.
No ato, o chanceler cubano Bruno Rodríguez Parrilla fez um discurso reafirmando os interesses da ilha de normalização das relações com o governo dos EUA.
O representante cubano lembrou do herói da libertação cubana, José Martí, que elogiou as coisas boas dos EUA, mas que descreveu, já em sua época, as pretensões imperialistas da grande potência do norte. “Também nos legou a advertência de seu desmedido desejo de dominação que toda uma história de desencontros tem confirmado”, recordou Parilla.
Também refletiu a intenção do presidente Raúl Castro de avançar politicamente, por meio do diálogo baseado no respeito mútuo e na igualdade soberana, na direção de “uma convivência civilizada, mesmo que dentro das diferenças entre ambos os governos, que favoreça a solução dos problemas bilaterais, promova a cooperação e o desenvolvimento de vínculos mutuamente vantajosos como desejam e merecem ambos os povos”.
O ministro de Relações Exteriores cubano recordou os principais episódios de intervenção imperialista contra a ilha, que começaram pelo menos em 1902, com a invasão militar que deu origem à usurpação do terriório de Guantánamo. Os EUA também não aceitaram que uma pequena ilha como Cuba conquistasse sua verdadeira independência, em 1959, e depois ainda se tornasse socialista.
“Apenas a eliminação do bloqueio econômico, comercial e financeiro que tantos danos e privações causou ao nosso povo, a devolução do território ocupado em Guantánamo e o respeito à soberania de Cuba darão sentido ao fato histórico que estamos vivendo hoje”, enfatizou.
Ressaltou também que Cuba apoiará todos os avanços para a normalização das relações entre os dois países, mas sem prejuízo algum à independência e nem intromissão em assuntos que pertencem à exclusiva soberania dos cubanos.
Além disso, advertiu contra possíveis novas ações imperialistas que busquem desestabilizar a ilha, mesmo com a “normalização” das relações. “Persistir em objetivos obsoletos e injustos e só se propor a uma mera mudança nos métodos para conseguí-los, não fará legítimos aqueles nem ajudará o interesse nacional dos Estados Unidos nem os de seus cidadãos. No entanto, se assim ocorrer, estaríamos dispostos a aceitar esse desafio.”
Bruno Rodríguez Parilla também afirmou que, a partir da embaixada cubana em Washington, Cuba continuará empenhada em fomentar as relações “culturais, econômicas, científicas, acadêmicas e esportivas, e os vínculos amistosos” entre os dois povos.
A embaixada estadunidense em Havana também foi reaberta nesta segunda, mas a cerimônia de hasteamento da bandeira dos EUA só ocorrerá em 14 de agosto, quando o secretário de Estado John Kerry visitar a ilha. (Com o Diário Liberdade)
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