Biografia de Orlando Silva será lançada na ABI com espetáculo musical
A biografia “Orlando Silva – O Cantor das Multidões”, do jornalista Jonas Vieira, Conselheiro da ABI, será lançada nesta segunda-feira, dia 20, às 16h, no 9º andar do edifício-sede da Associação (Rua Araújo Porto Alegre, 71, Centro do Rio). O evento será precedido do show “Orlando Silva – 100 anos O Cantor das Multidões”, com apresentação do autor e participação de Simon Khoury.
Considerado uma das vozes mais bonitas do País, Orlando Silva nasceu em 3 de outubro de 1915, no Engenho de Dentro, Zona Norte do Rio. Ele completaria 100 anos no corrente ano.
Orlando Silva (1915-1978) nasceu em uma família pobre. O pai morreu em decorrência da gripe espanhola quando o cantor tinha apenas 3 anos.
Ainda na infância, Orlando Silva abandonou os estudos para trabalhar e ajudar os parentes. Ele entregava marmitas com os descalços porque não tinha sapatos. Foi ainda sapateiro, vendedor de tecidos, mensageiro e office boy.
Dona Noêmia, uma vizinha da família, costumava ouvir no rádio grandes cantores, como Francisco Alves. Ela ficou impressionada com a voz do menino que tinha o costume de subir em uma árvore e imitar os cantores projetando a voz na lata de manteiga.
Aos 16 anos, Orlando Silva sofreu uma queda do bonde em movimento e perdeu parte do pé esquerdo. Como permaneceu internado durante meses, foi demitido do emprego de balconista, mas logo conquistou uma vaga de cobrador de ônibus.
Certo dia começou a cantarolar na garagem da empresa de ônibus e foi muito aplaudido pelos funcionários. Um amigo incentivou-o a iniciar a carreira de cantor profissional em uma emissora de rádio.
Luiz Barboza, produtor da Rádio Cajuti, recebeu o rapaz para um teste durante o qual Orlando Silva cantou a valsa “Céu Moreno”, de Uriel Lourival. O compositor Bororó ,que ouvira o teste, o apresentou ao cantor Francisco Alves, o “Rei da Voz”. O encontro aconteceu na Avenida Rio Branco, em frente ao local onde funcionava na época o cabaré Sirius.
Francisco Alves convidou Orlando Silva para cantar em seu programa de estreia na Rádio Guanabara. Cerca de dois anos depois, Orlando Silva conquistara o sucesso absoluto, tornando-se uma das maiores estrelas da RCA Victor, gravadora de Carmem Miranda, de Silvio Caldas e de Francisco Alves.
Orlando Silva foi uma das principais atrações da Rádio Nacional, sendo disputado por grandes compositores da época para a seleção do repertório. Em 1937, gravou as faixas “Lábios que eu beijei”, de J. Cascata e Leonel Azevedo; e “Juramento Falso”, de Pedro Caetano, ambas com arranjo do maestro Radamés Gnatalli. No mesmo ano o cantor gravou seu primeiro LP.
A partir de 1942, em razão da Segunda Guerra Mundial, os noticiários passaram a ocupar grande parte da programação das rádios. Nessa época, Orlando Silva enfrentava situação crítica em seus relacionamentos amorosos, recorrendo ao uso de morfina e à bebida.
Em 1946, Orlando Silva foi demitido da Rádio Nacional e da gravadora Odeon em razão da ruína de sua carreira.
No início dos anos 1950 o cantor foi readmitido pela Rádio Nacional e pela Odeon. A fase áurea dos cantores do rádio havia passado; entrava em cena a televisão e logo depois a Bossa Nova.
Orlando Silva morreu no dia 7 de agosto de 1978, em decorrência de um acidente vascular cerebral. (Com a ABI)
Comentários