A morte brutal de um indio no centro de Belo Horizonte

                                                                   

Um índio morreu na última sexta-feira num hospital de Belo Horizonte, em Minas Gerais, após ser espancado enquanto dormia em plena rua do centro da cidade.


A vítima morreu sem etnia, sem nome e sem idade, pois outro morador de rua roubou sua sacola – e único pertence – enquanto ela agonizava. Três dias depois da sua morte, o falecido, assim como seu algoz, continua sem identidade. A Polícia Militar de Minas Gerais suspeita que pode se tratar de um crime de ódio e racismo.

A agressão aconteceu por volta das duas da madrugada da sexta-feira. O índio estava deitado na calçada da 21 de Abril, uma rua comercial onde era visto há vários anos, até que um brutal chute na cabeça o surpreendeu. 

Não teve nem oportunidade de reagir, pois o homem que o abordou pisou sua cabeça com força e compulsivamente pelo menos 15 vezes. O índio permaneceu imóvel durante toda a agressão, que foi gravada por uma câmara de segurança. Em apenas um minuto, o desconhecido esmagou sua cabeça.

O agressor que, segundo a polícia era branco de uns 25 anos e vestia bermuda, mochila e boné, apenas se detém uns segundos quando um carro passa na frente dos dois. Ele disfarça do lado da vitima mas continua a selvageria enquanto as luzes do veículo desaparecem.

O índio agonizou largado na rua durante cerca de cinco horas, quando alguém alertou a Polícia Militar. Ele foi levado ao hospital com o crânio afundado e passou o dia respirando com ajuda de aparelhos, mas morreu pouco depois do pôr do sol.

Ele foi recordado pelos comerciantes que o conheciam de vista como alguém educado e pacífico e descrito por um policial à imprensa local como alguém com problemas de alcoolismo mas que sempre andava dançando e sorrindo.

Os crimes de ódio contra os indígenas ocuparam as manchetes em 30 de dezembro com o assassinato de Vitor, um bebê do povo Kaingang. Ele abrigava-se junto com sua família na rodoviária Imbituba, no litoral de Santa Catarina, onde dormiam depois de longas jornadas vendendo artesanato. Um homem perfurou com um estilete a garganta do menino de dois anos nos braços da sua mãe.(Com a Comissão Pastoral da Terra)

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