Ato em Brasília cobra prisão de condenados pela chacina de Unaí
Mandantes e intermediários recorrem da sentença em liberdade. Manifestação lembra ainda de projeto que muda conceito de trabalho escravo
Passados 12 anos da chamada chacina de Unaí (MG), auditores-fiscais e outras categorias realizam pela primeira vez um ato para lembrar a data com todos os envolvidos julgados e condenados. A manifestação diante do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, , seria para cobrar a prisão de mandantes e intermediários, que recorrem da sentença em liberdade: os irmãos Antério e Norberto Mânica, Hugo Pimenta e José Alberto de Castro.
Os quatro apresentaram recursos, ainda na 9ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte, onde ocorreu o julgamento, e a expectativa é de que cheguem ao TRF1 no mês que vem.
O Sinait, sindicato nacional dos auditores-fiscais, quer que os desembargadores julguem rapidamente os recursos, mantendo as condenações. O ato integra a programação de eventos da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), na semana de combate à prática.
Tanto Antério como Norberto foram condenados a 100 anos de prisão. A pena ficou um pouco menor porque ambos chegaram a ser presos no início das investigações. A do ex-prefeito de Unaí por dois mandatos pelo PSDB ficou em 99 anos e 11 meses, enquanto a do empresário caiu para 98 anos e meio.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) chama a atenção para um projeto de lei (PLS 432, de 2013) que muda o conceito de trabalho escravo, "desconsiderando situações como 'jornada exaustiva' e 'condições degradantes de trabalho', consideradas análogas ao regime de escravidão. O projeto está incluído na ordem do dia da sessão de 3 de fevereiro, no Senado.
De 1995 (ano em que foram criados os grupos móveis de fiscalização) até o ano passado, foram feitas mais de 1.900 operações pelo país, com 49 mil trabalhadores resgatados. (Com o MST)
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