SUSPENSE

                     Snowden desaparece do avião

                                                                 
                                                                          © Foto: Voz da Rússia

Edward Snowden não embarcou no avião que decolou hoje do aeroporto de Moscou em direção a Cuba, informou um correspondente da Voz da Rússia que estava a bordo da aeronave. Supõe-se que o ex-agente da CIA deixasse a capital russa no lugar 17 A do referido avião. O correspondente da Voz da Rússia informou que este lugar está vazio.

 Neste assento, próximo da janela, é que devia viajar Edward Snowden, que afinal, segundo várias testemunhas, não apareceu no avião.

Ao mesmo tempo, de acordo com relatos da mídia, as autoridades norte-americanas já intensificaram os contatos com os líderes de vários países latino-americanos e estão tentando convencê-los a extraditar Snowden, no caso de sua chegada.

Há informações de que Washington também pede a Moscou para entregar o espião.

As 30 pessoas que estavam a bordo do mesmo avião contaram às agências de notícias que demoraram a se dar conta de que estavam no mesmo voo de Edward Snowden. Somente três passageiros reconheceram e contaram que, ao invés de seguir para o salão de desembarque, o ex-agente de Informações entrou num carro BMW da Embaixada do Equador na Rússia que o esperava junto à escada do avião.

Outra informação não desmentida foi a que de que um médico da diplomacia equatoriana em Moscou examinou Edward Snowden logo após ele deixar o avião da Aeroflot. Alguns passageiros disseram ter ouvido que, como ex-espião não obteve visto de entrada na Rússia, ele iria se hospedar num quarto de hotel do Aeroporto de Sheremetyevo para aguardar um voo que o levaria nesta segunda-feira, 24, para algum destino que poderia ser a Islândia, Havana, em Cuba, Caracas, na Venezuela, ou Quito, no Equador.

Enquanto circulavam estas notícias, o governo da Islândia revelava que não havia recebido pedido algum de asilo de Edward Snowden. Já os governos de Cuba, Venezuela e Equador diziam que o ex-agente poderia utilizar as cidades de Havana, Caracas e Quito como escala para o seu destino final já na condição de asilado político.

Pouco depois destas especulações, o Ministro das Relações Exteriores do Equador, Ricardo Patiño Aroca, registrava no Twitter que o governo equatoriano havia recebido o pedido de asilo de Edward Snowden. No sábado, 22 de junho, havia circulado a informação de que os Estados Unidos haviam cassado o passaporte do seu ex-agente de Informações. Neste mesmo dia, as autoridades norte-americanas formalizaram junto a Hong Kong o pedido de extradição do ex-agente.

Em maio, já em Hong Kong, o Snowden revelou a um repórter do jornal inglês The Guardian que, por um programa especial, Prism, os Estados Unidos controlam as comunicações telefônicas e eletrônicas (e-mails e postagens em sites de relacionamento) dos cidadãos que vivem no país. Como um dos agentes encarregados de fazer este monitoramento, Ele afirmou que havia se cansado daqueles procedimentos e que havia pedido licença não remunerada à Booz Allen Hamilton, empresa terceirizada para a qual trabalhava e que prestava serviços à NSA. Tendo obtido a licença, voou para Hong Kong, transportando os documentos que comprovavam as suas denúncias. Tudo foi repassado ao jornal inglês.

Com o desdobramento do caso, o assessor de imprensa da Presidência russa, Dmitri Peskov, revelou, nos dias 10 e 11 de junho, que a Rússia estaria decidida a analisar um eventual pedido de asilo de Edward Snowden desde que ele formalizasse este pedido.

O site WikiLeaks, do australiano Julian Assange, refugiado há mais de um ano na Embaixada equatoriana em Londres na Inglaterra, havia informado que Edward Snowden estava a caminho do Equador por uma rota segura. Esta, a partir de Hong Kong, incluía a Rússia, como, de fato, aconteceu.

Com sentença de prisão decretada na Suécia, pela acusação de crime de abuso sexual, Julian Assange permanece abrigado na Embaixada equatoriana em Londres. Por ter divulgado no site WikiLeaks documentos secretos dos Estados Unidos sobre a sua participação na guerra do Afeganistão e do Iraque, ele teme que, se for para o país escandinavo, terminará por ser extraditado para os Estados Unidos, onde poderá ser condenado à prisão perpétua, mesma pena a que está sujeito a sua fonte, o soldado Bradley Mannning, de 25 anos, que está preso, acusado do crime de alta traição. (Com a Voz da Rússia e Diário da Rússia)

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