"Democracia em Vertigem" entre melhores do ano

                                                                                     Netflix

Documentário da cineasta Petra Costa para a Netflix narra a ascensão e queda da esquerda no Brasil e a crescente polarização política.

Entre os oitos filmes escolhidos pelo jornal americano The New York Times como melhores do ano até agora, há um representante brasileiro: Democracia em vertigem. O documentário dirigido por Petra Costa mostra a ascensão e queda do PT e a crescente polarização entre esquerda e direita no país. O longa foi disponibilizado mundialmente pela Netflix em 19 de junho, e nos Estados Unidos está em cartaz também nos cinemas.

De acordo com o jornal, a cineasta assume uma posição "incrédula, indignada e autoquestionadora". Seu filme é "uma crônica sobre traição cívica e abuso de poder, e também de desgosto".

O longa brasileiro figura na lista ao lado de títulos como Rolling Thunder Revue, de Martin Scorsese, sobre o cantor Bob Dylan, e Transit, do diretor alemão Christian Petzold, aclamado na Berlinale desse ano, que aborda o tema dos refugiados na Europa.

No documentário, Costa mescla imagens histórias, trechos de reportagens de TV e cenas dos bastidores do Planalto e da prisão de Lula, com relatos pessoais. Filha de pais militantes durante a ditadura e neta de um dos fundadores da multinacional Andrade Gutierrez, a cineasta vive a polarização política do país na história da própria família.

Na crítica do filme publicada pelo New York Times um dia antes da estreia, Lula é lembrado como ex-operário que virou um dos governantes mais populares do mundo, com aprovação de 87% da população em 2011, e Dilma é descrita como economista que foi presa e torturada pela ditadura militar.

Para explicar o contexto político do país, o texto também menciona o atual presidente Jair Bolsonaro, "admirador da antiga ditadura e parte de uma tendência global em direção ao populismo autoritário e antiliberal que floresce atualmente nas Filipinas, na Hungria e em muitos outros países".

O jornal destaca que Costa não produziu um trabalho de jornalismo ligado a estudos acadêmicos, mas, sim, uma avaliação pessoal do passado e do presente do Brasil, narrada em primeira pessoa por uma cineasta, incrédula, indignada e autoquestionadora.


(Com a DW)

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