DOIS PESOS DUAS MEDIDAS!


Goleiro punido por uso de furosemida

se indigna com absolvição de Cielo

A advertência dada pela Corte Arbitral de Esportes (CAS) a Cesar Cielo revoltou um jogador de futebol brasileiro. O goleiro Renê pegou um ano de suspensão exatamente pelo uso da substância furosemida, a mesma que complicou Cielo. Com a absolvição do nadador, Renê se mostrou indignado com a diferença de tratamento entre eles e, chorando, expôs o seu drama.

“Quero deixar bem claro que não torci para o Cielo ser punido, só queria a igualdade. Aceitei a punição porque me disseram que a WADA (Agência Mundial Antidoping) não admitiria mais penas menores de um ano, não admitiria comutação de pena. E eu acreditei. As pessoas falam: ‘Ah é correto, é um atleta olímpico, é medalhista’. Que isso? Não posso aguentar calado. Só eu sei o estou pessando. Minha vida mudou. O que eu tinha, não tenho mais. Nunca fiz nada de errado para passar por isso. Quem julga que saiba que isso não mexe só na parte profissional. ? Qual a substância dele? Qual a substância minha? Onde está a diferença?”, afirmou Renê em entrevista à Rádio Estadão ESPN.Renê se revoltou ainda mais após ouvir Eduardo de Rose, presidente do programa antidoping do Comitê Olímpico Brasileiro e membro da WADA, dizer que estava preocupado com o desempenho de Cesar Cielo após ficar 20 dias afastado por conta do julgamento.“Estão preocupados com o que ele perdeu financeiramente porque ficou 20 dias fora. Eu estou há mais de 300 dias. Isso é revoltante. Alguém pensou nos meus filhos? Isso me revolta. Não são só 20 dias que estou aguentando calado. Não venha falar pra mim que está preocupado com momento psicológico dele”, afirmou. “Foi ele (De Rose) que falou isso aí”, completou.O goleiro foi pego em um exame antidoping no dia 28 de agosto após tomar um remédio para controlar sua pressão alta. Renê está fora dos gramados desde então e ainda teve o pedido de redução de pena negado. O jogador está treinando em Barueri, onde se destacou para o futebol nacional.“Eu tive crise de pressão alta, fui medicado pela minha esposa e fui punido por um ano por cuidar da minha saúde. Estou há 300 dias sem receber, meu pai adoeceu por causa disso. Tem cara que mata, atropela e está na rua. Eu não posso trabalhar. Eu sou atleta, era referência para as crianças. Cuidava de 300 crianças em Barueri. Sou homem, não sou vagabundo. Estou revoltado, não paro de chorar”, disse Renê.Pelo Twiter, Renê chegou até a falar que estava com vontade de apagar uma frase do hino nacional que tem tatuado em seu peito. “Eu carrego no peito uma tatuagem com a frase do hino nacional ‘Verás que o filho teu não foge a luta’. Se pudesse, apagava”, postou.(Com Carlos Lúcio Gontijo)

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