Metroviários ainda firmes em sua greve


                  


Desde o dia 14 de maio os metroviários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) estão de braços cruzados na luta por seus direitos. O movimento nacional de greve foi realizado para quebrar a intransigência da CBTU e iniciar negociação com os sindicatos da categoria.

Em Belo Horizonte a greve teve o apoio de 100% dos trabalhadores já no primeiro dia, paralisando todas as estações do sistema mineiro. A partir do dia 15 a categoria começou a trabalhar em escala mínima por determinação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).

Porém mesmo com mais de quinze dias do movimento em várias cidades brasileiras (Belo Horizonte, Recife, Natal, Maceió, João Pessoa, além de setores do Rio de Janeiro e Salvador), a empresa continua a dizer que não negocia com o os trabalhadores em greve. O descaso chegou a tal que a CBTU propôs aos sindicatos em reunião no Rio de Janeiro que voltassem ao trabalho, pois este ano não haveria nenhum reajuste. A proposta é 0% para os trabalhadores.

Os representantes da empresa argumentam que esta decisão é do governo federal, que houve corte nos investimentos à CBTU e não há condições nem de manter o mesmo poder de compra dos metroviários. O fato é que esse arrocho no serviço público está ligado à crise econômica mundial do capitalismo, onde na cartilha neoliberal os servidores públicos são os primeiros a pagar pela crise dos ricos. Assim está claro que a crise também afeta o Brasil.

Revoltados com essa situação os metroviários de Belo Horizonte realizaram uma manifestação na inauguração do Shopping “Estação BH” que fica em uma das estações do metrô da cidade de Belo Horizonte. Gritando palavras de ordem e fechando o trânsito em uma das principais avenidas da cidade.

“O presidente da CBTU vem a Belo Horizonte inaugurar um Shopping, mas não vem negociar com a categoria, isso revolta a gente” diz Sérgio Leôncio, diretor do sindicato, em audiência na TRT. Para Alda Lúcia, presidente do Sindicato dos Metroviários de Belo Horizonte, o fim da greve depende da CBTU: “A CBTU está muito intransigente, não quer negociar, nossa categoria está decidida a lutar por nossas reivindicações que são as mais básicas de todo o cidadão”.

As reivindicações são “aumento salarial de 10%, havendo ainda ganho real, adicional noturno de 50% e plano de saúde que ainda hoje a maioria de nossa categoria não consegue manter”. Ao que tudo indica, a negociação vai para dissídio coletivo (decisão da justiça), ainda que haja algumas tentativas para abrir campo de negociação com o governo que não quer ouvir os trabalhadores.

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