Milhares protestam pelas ruas de Lisboa


                                                              
Milhares de pessoas se reuniram em protesto  sábado em Lisboa contra a política de austeridade do governo de Pedro Passos Coelho, que prepara novas medidas para cumprir com o plano de ajuste da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).Os manifestantes se reuniram na Praça do Comércio, em pleno coração da capital, para protestar contra "o roubo dos salários e das pensões", atendendo à convocação da Confederação Geral de Trabalhadores de Portugal (CGTP), a principal organização sindical do país, com mais de 700 mil afiliados. A iniciativa da central, que recebeu o apoio do movimento dos Indignados e de um grupo de cidadãos que se proclamam apolíticos, apoiando-se em redes sociais, já mobilizou em 15 de setembro vários milhares de pessoas em cerca de 30 cidades do país.

Na última semana, Passos Coelho voltou atrás em seu propósito de cortar em mais de 7% os salários de todos os trabalhadores com o aumento das contribuições para a Previdência Social. No entanto, depois o primeiro-ministro informou que prepara novos aumentos de impostos para cumprir o objetivo de reduzir o deficit do Estado.

A recessão econômica e o desemprego se agravaram em Portugal nos últimos meses, e o governo tem dificuldades de sanear as contas públicas. O déficit orçamentário do país se elevou em junho a 6,6% do PIB, uma cifra ainda muito longe do objetivo de 5% para a totalidade do ano, conforme Portugal acertou com seus credores internacionais. Para corrigir a tendência de aumento do déficit, o governo estuda controlar ainda mais seus gastos e aumentar os impostos sobre o patrimônio e o capital.

O protesto de hoje foi realizado sem incidentes e, durante a concentração na Praça de Comércio, os manifestantes cantaram "Grândola, Vila Morena", a canção da Revolução do 25 de Abril de 1974 que trouxe a democracia a Portugal. (Com a Folha online/Voz da Rússia/EPA/Divulgação)


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