Avós de Praça de Maio completam 35 anos de incessante luta


  
  
A Associação Civil Avós de Praça de Maio completa hoje 35 anos de luta e busca incessante de meninas e meninos apropriados durante a última ditadura militar argentina, a 107 dos quais conseguiram restituir sua identidade.

Aos quase 400 que ainda nos falta encontrar lhes dizemos que o tempo corre e que é momento de se animar a dar o passo para a verdade, indicou duas semanas atrás a organização humanitária ao dar a conhecer a recuperação do número 107.

As Avós queremos abraçar a nossos netos e netas, ser a memória viva da história de seus pais, transmitir-lhes suas vivências, seus gostos, defeitos e virtudes, agregaram então, dantes de sublinhar que "nestes 35 anos levamos 107 abraços" e "a cada um nos comove e nos inspira para seguir lutando".

Nominadas em cinco ocasiões consecutivas ao Prêmio Nobel da Paz a partir de 2008, as Avós de Praça de Maio receberam em setembro do passado ano o prêmio Félix Houphout-Boigny Fomento da Paz, criado em 1989 pela UNESCO.

O reconhecimento, segundo seus inspiradores, distingue a pessoas, institutos ou organizações que tenham feito contribuições significativas ao fomento, a salvaguarda ou a manutenção da paz respeitando o espírito a Carta das Nações Unidas e a Constituição da UNESCO.

Em uma edição especial a propósito deste trigésimo quinto aniversário, o mensário que publica a associação destacou que além de construir os mecanismos para achar a seus netos, as Avós "têm edificado uma cultura de respeito aos direitos humanos e o direito à identidade".

Entre os avanços mais significativos conseguidos menciona o julgamento pelo Plano Sistemático de Apropriação de Menores, que culminou em julho passado e provou a existência de um procedimento coordenado por parte do aparelho repressivo para o roubo, a retenção e o ocultamento dos filhos de detentos desaparecidos.

Outras condenações emblemáticas que levaram adiante as Avós e comoveram ao mundo são as que corroboraram o funcionamento de vários centros clandestinos de detenção por onde passaram mulheres grávidas e nasceram crianças que depois foram apropriadas, agregou a publicação.Com a PL)

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