Caravana da Anistia vai a Curitiba e lança marcos de Memória



A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça estará  nesta quinta (25) e sexta-feira (26) em Curitiba, onde realiza a 63ª sessão pública para julgar 37 processos de cidadãos perseguidos políticos durante o regime militar.

As caravanas são sessões itinerantes da Comissão de Anistia para o julgamento de processos de cidadãos e ou familiares atingidos pelos atos de exceção no período de 1946 a 1988. Até agora já foram julgados cerca de 60 mil processos, dos 70 mil protocolados na Comissão de Anistia,  desde a sua criação em 2001.

Nesta quinta-feira (25), haverá uma programação especial. Os conselheiros da Comissão participarão da inauguração do museu de percurso “Caminhos da Resistência”, uma iniciativa do Fórum Paranaense de Resgate da Memória, Verdade e Justiça, apoiada pela Comissão de Anistia. Nesse evento, serão inaugurados os marcos no pátio da Reitoria da Universidade Federal do Paraná e no prédio histórico da UFPR, locais significativos sobre a história da repressão e da resistência dos curitibanos.

No início da noite,  no Sindicato dos Professores do Paraná (APP),  haverá ainda o lançamento do filme “Eu me lembro”, que apresenta o trabalho das Caravanas da Anistia, realizado nos últimos cinco anos em todo o país. O filme é resultado do projeto Marcas da Memória, que financia atividades culturais e de divulgação da Comissão de Anistia.

Veja a seguir alguns resumos de processos que serão julgados:
Ricardo Rodrigues
Afirma que foi funcionário da Promopar no período de 1980 a 1984 e foi demitido em razão de perseguição política.
Ester Hallay
Perseguida e presa na época da ditadura militar. Comprova a prisão no ano de 1953. Alega que deixou de trabalhar como comerciante por perseguição política.
Charles Champio Junior e Maria Idalina Pereira Azevedo Bastos
Médico. Preso pelo período de 17 de dezembro de 1968 a 15 de junho de 1970.
Nilo César Sobral Ramos
Anistiando, engenheiro agrônomo, trabalhava em uma Cooperativa de Café, em Londrina/PR, quando foi preso e acusado de exercer atividade subversiva.
Mario Oba
Estudante. Participou de Congressos da UNE em 1968. Foi indiciado, processado e preso por motivação de cunho exclusivamente político.
Elizabete Suga
Escriturária. Pertencia ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi presa e demitida por motivação exclusivamente política.
Dacio Villar
Narra que foi preso pela Polícia Militar do Estado do Paraná, condenado a 1 ano e 6 meses de prisão, incurso nos arts. 23 e 36 do Dec-Lei 314/67. Alega que após ser posto em liberdade foi impedido de assumir o cargo que ocupava na Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná e não pode mais continuar o curso universitário da Faculdade Católica de Filosofia, Ciências e Letras.
Ditmar Brepohl / Marionilde Dias Brepohl de Magalhães
O Anistiando aprovado em concurso público para o Banco Regional do Extremo Sul. Foi impedido de tomar posse diante do indeferimento na Certidão do DOPS.
Carlos Henrique Ferreira Martins
Foi exilado com seus pais no Uruguai e depois no Chile, no período de 1 de abril de 1964 a 26 de junho de 1979, data em que a família retornou ao Brasil, depois do suicídio de seu pai.
Nelson Serathiuk
Sociólogo, militante da UNE e PCB. Preso e torturado. Perseguição política que provocou o seu exílio político de 1972 a 1980 em diversos países.
Rubens Machado Cavalcanti de Albuquerque e Deocisse Cavalcanti de Albuquerque
Viúvo era funcionário do Banco do Brasil S/A. Devido a sua atuação em movimento grevista, foi atingido por ato da Comissão Especial de Inquérito (CESIN). Foi transferido para Curitiba de forma arbitrária e, também, punido com impedimentos para exercer comissões e interinidades por 02 (dois) anos.

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