"Brasil de Fato" destaca protesto de estudantes na Espanha: “Se não há solução, haverá revolução!”


Quinta-feira (18), estudantes, professores, pais e mães saíram às ruas de várias cidades espanholas em protesto contra as medidas de austeridade impostas no setor da educação
                                                        
                                                           
  Em Madri, cerca de 100 mil pessoas saíram às ruas - Foto: Jan Slangen/CC


Após uma greve de três dias inserida numa semana de luta estudantil, que também foi marcada por manifestações e assembleias, milhares de estudantes, professores, pais e mães concentraram-se, em Madri, contra os cortes de 4.000 milhões de euros na Educação, o aumento das mensalidades universitárias, o aumento do horário letivo dos professores e a demissão de 50 mil docentes, que foram impostos pelo governo espanhol.

Os cerca de 100 mil madrilenos que participaram do protesto, convocado pelo Sindicato de Estudantes e pela Confederação de Associações de Pais e Mães de Alunos, contestaram ainda as medidas de austeridade implementadas na Comunidade de Madri na área da Educação, como por exemplo, o corte de 10 milhões de euros em refeições escolares e a substituição dos apoios para compras de livros por um sistema de empréstimo.

Ao som de palavras de ordem como “Por uma Educação pública de tod@s e para tod@s” e “Se não há solução, haverá Revolução!”, a marcha, que começou na Praça Netuno e passou pelo Ministério da Educação, juntou-se, na Praça do Sol, ao protesto dos trabalhadores do Metrô de Madri e da Empresa Municipal de Transportes. No local, um grupo de estudantes da Real Escola Superior de Arte Dramática realizou uma performance para ilustrar as consequências da austeridade no setor e assinalar a sua intenção de continuar a luta contra as medidas impostas pelo executivo de Mariano Rajoy.

“Vivam os radicais e abaixo os ultras”

Francisco García, secretário-geral da Federação de Ensino das Comissões Operárias (CCOO) de Madri, sublinhou, durante o protesto, que os estudantes não se importam que lhes chamem “radicais”. “Sim somos radicais e extremistas em defesa do ensino e dos direitos dos cidadãos, já o ministro é um ‘ultra espanholista’, um ultra liberal e um ultra conservador”, disse García. “Então, sim, vivam os radicais e abaixo os ultras”, salientou, respondendo às afirmações do ministro da Educação espanhol, que afirmou que a convocatória do protesto “estava inspirada em supostos da extrema esquerda radical e antissistema”.

O protesto, durante o qual foi feito um apelo à mobilização para a greve geral de 14 de novembro, contou com a presença dos sindicatos UGT, CCOO e STES, bem como de Cayo Lara, representante da Izquierda Unida.

Manifestações em várias cidades espanholas

Realizaram-se ainda protestos contra os cortes na Educação em várias outras cidades espanholas, tais como Barcelona, Valência e Granada.

Conforme informa a Confederação Intersindical Galega (CIG), nessa quinta-feira (18) aconteceram 23 manifestações contra os cortes na Educação nas principais cidades e vilas da Galiza, no noroeste do país.

No município de Corunha, os alunos de Arquitetura da Universidade da Corunha fecharam a faculdade.

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