Mais de um milhão precisam de ajuda humanitária no Sudão

A ONU (Organização das Nações Unidas) revelou na semana passada que, mesmo com ajuda internacional, mais de um milhão de pessoas da região de Darfur, no Sudão, ainda precisam de ajuda humanitária.
                                               
                                                                                                   Agência EFE

Já são mais de dez anos de operações contra a fome e pobreza no local que não surtiram o efeito esperado. A subsecretária-geral para assuntos humanitários da entidade, Valerie Amos, afirma que a comunidade internacional deve se esforçar mais para garantir que as pessoas da região de Darfur, no Sudão, possam se tornar mais autossuficientes.

“Estou desapontada, que mesmo com as diversas operações, não conseguimos autossuficiência”, afirma Amos.

Segundo informações oficiais da ONU, Darfur passa por grave crise econômica e social há uma década e o número de pessoas afetadas tem crescido durante esse período. De acordo com o OCHA (Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários), existem atualmente 1,4 milhão de pessoas que recebem assistência humanitária em cerca de 100 campos para pessoas deslocados em Darfur.

A ONU acredita que a melhor solução para a problemática no país africano é construir pontes mais fortes "entre o trabalho humanitário e o trabalho de desenvolvimento". No entanto, afirma Amos, isso se tornou cada vez mais difícil, pois "muitas ONGs estão enfrentando uma séria escassez de financiamento e não têm os recursos necessários para atender às crescentes necessidades humanitárias", analisa.

Em abril, a Conferência de Doadores para Darfur em Doha levantou 3,6 bilhões de dólares, incluindo um compromisso de 2,6 bilhões de dólares do governo do Sudão.

Em sua declaração, Amos saudou os compromissos, mas ressaltou que o Sudão também passa por uma crise de financiamento. Estima-se que 7,2 bilhões de dólares sejam necessários para um esforço de seis anos, apoiado pela ONU, para fazer com que Darfur consiga ser autossustentável através do investimento na infraestrutura do país.

A ONU critica os movimentos rebeldes no Sudão e os considera responsáveis por crimes contra a humanidade em Darfur similares aos que pesam sobre Omar al Bashir, presidente sudanês, que tem ordem de prisão expedida pelo TPI (Tribunal Penal Internacional).

O conflito de Darfur causou mais de 300 mil mortos desde que começou, em 2003, e obrigou 2,7 milhões de pessoas a abandonar suas comunidades de origem, segundo dados oficiais da Nações Unidas.(Com Opera Mundi)


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